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Em meio a “chumbo trocado” na política do Flamengo, Lomba pede união por título, mas dispara: “Deveriam se envergonhar do que estão falando”

Por: Venê Casagrande

Embora ainda não tenha acontecido a oficialização, a principal chapa da oposição, a “Chapa UniFla”, disparou contra a atual gestão e chegou a tratar a transferência do jovem de 21 anos como “inacreditável e inadmissível”. Rodrigo Dunshee, atual presidente do Conselho Deliberativo e vice da “UniFla”, que tem Rodolfo Landim como candidato, revelou, em troca de mensagens com a reportagem do Coluna do Flamengo, que irá nomear uma comissão de inquérito para apurar e ouvir depoimentos e, assim, investigar a transação com os italianos.

— Trata-se de uma operação que difere das demais. Primeiro, porque estamos em outubro, disputando o campeonato e com a janela fechada. Qual outra negociação foi fechada nessa data? Por que a ansiedade em negociar? Parece que é porque em janeiro muda o presidente. A janela abre dia 3 de janeiro. Acresce que houve uma renúncia parcial à multa rescisória de um jovem de 21 anos, de Seleção e em franca ascensão. Em tese, estamos tendo um prejuízo de 15 milhões de euros, já que a multa é de 50 milhões de euros e ele foi vendido por 35. Vale dizer que o presidente do Flamengo, que agora se faz de vítima, pediu na Justiça uma decisão contra o próprio Flamengo, como forma de violar os conselhos soberanos do clube, atacando seus presidentes na mídia, com insinuações de mal gosto.
Agora, me aparece com transação fora de padrão e não quer ser investigado. Meu dever, como presidente do Conselho, é apurar responsabilidade por prejuízos. A renúncia de 15 milhões de euros é um possível prejuízo e a investigação é mera apuração. Quem não deve, não teme. O fato de estar apoiando a candidatura de Landim não significa que devo deixar a presidência do Conselho Deliberativo acéfala. Eduardo está engajado em eleger seu candidato, como esteve em se eleger deputado federal e, em nenhum momento, passou o cargo a seu vice presidente, Maurício Mattos. Não me venha ele agora com esse papo —, declarou Dunshee, por troca de mensagem via Whatsapp.

Dunshee e Bandeira, lado a lado, no passado. Hoje, são rivais.

No dia seguinte às fortes declarações da oposição e de Dunshee, o atual presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello, concedeu entrevista coletiva no Ninho do Urubu para se defender. O mandatário, assim como o presidente do Conselho, não poupou as palavras, e chegou a pedir paz neste restante de temporada.

— O propósito dessa conversa é passar para vocês a minha indignação com relação às declarações que estão sendo veiculadas por vocês de candidatos da principal chapa de oposição. Em que se levantam suspeitas sobre minha conduta no caso da transação do Paquetá. Eu não imaginava que esse processo eleitoral, que estamos procurando levar da melhor maneira possível, sem acusações, seria dessa forma. Mas é difícil abrir o jornal e o celular e ver insinuações e acusações de que eu teria manipulado a transação do Paquetá para atingir objetivos pessoais meus. Isso é estranho, vindo de uma pessoa que me conhece e sabe que isso não faz parte da minha história e do meu feitio. Além disso, vocês têm acompanhado várias outras investidas em cima de questões pessoais minhas. Manipulações exageradas e indevidas de situações que estão acontecendo no clube e deveriam ser tratadas com profissionalismo. Gostaria só que tivéssemos tranquilidade para que o time não fosse afetado por esse tipo de coisa. Se for da vontade da maioria dos sócios eu ser expulso do clube, que seja. Só deixem a gente em paz para trabalhar, por favor. A única coisa que eu queria era que deixassem o Flamengo e nosso time em paz pra terminar o campeonato. Minha preocupação no momento é externar meu desagrado e decepção —, disse o presidente.

Bandeira se defende dos ataques e pede paz no restante de temporada

Ricardo Lomba, atual vice-presidente de futebol e candidato da situação, não havia se manifestado até então. Após a vitória no Fla-Flu e ainda eufórico com o resultado, Lomba conversou com a reportagem pelo telefone e externou a sua revolta com os últimos fatos. Para ele, os acontecimentos estão passando do limite e chegou a propor uma conversa com os demais candidatos à eleição presidencial para que o Flamengo “seja o favorecido”.

— Eu acho que quando a gente entra em uma disputa eleitoral, sem sombra de dúvida, as partes vão usar de artimanhas para vencer a eleição. Legítimo. Temos o direito. Só acho que para uma disputa eleitoral, entre dois ou mais candidatos, você precisa ter um mínimo de ética e respeito com as pessoas que estão envolvidas. Então, se a pessoa não gosta do Bandeira ou de mim, por qualquer razão que seja, é absolutamente legítimo votar no outro e fazer campanha contra. Legítimo. Não tem problema. Absolutamente diferente, é pegar pessoas que ocupam cargos importantes no Flamengo, que deveriam ter ética, responsabilidade e educação, para ficar levantando falsos sobre as pessoas. Eu topo qualquer coisa, mas eu declaro e continuo declarando que o Flamengo está acima de tudo. Se for melhor para o Flamengo que eu não seja eleito, eu vou cumprimentar o adversário vencedor e me coloco à disposição para ajudar no que for. Mas, agora, duvidar da minha ética e da minha honestidade para com o Flamengo, eu não admito. Eu acho que as pessoas estão passando dos limites. Sou contra isso. Tenho certeza que o Landim também é contra. Eu acho que todos nós, candidatos, temos que pegar as rédeas da disputa eleitoral para melhorar o nível dessa disputa. O Flamengo não merece isso. O Flamengo é maior do que eu e qualquer outro candidato. Acho que as pessoas têm que ter modos. Deveriam se envergonhar do que estão falando. Colocar em dúvida a minha honestidade e falar que estou levando dinheiro em transação, é um absurdo. Repito. Não acredito que Rodolfo Landim, Peruano e Marcelo Vargas façam parte disso. Eu acredito que a gente deveria se reunir para tratar o assunto de uma maneira mais elevada. Para que o nível seja de Flamengo. Claro que atrapalha o Flamengo. A impressão é essa. Quer que o Flamengo se dê mal. Eu quero o título do Brasileirão e estou focado neste objetivo —, declarou Lomba.

A eleição para a presidência do Flamengo não tem data definida ainda, mas, pelo estatuto, deve acontecer nos primeiros dez dias do mês de dezembro. Ricardo Lomba e Rodolfo Landim são os favoritos para vencer o pleito. Marcelos Vargas e José Carlos Peruano fecham a disputa. Dentro de campo, a equipe foca no confronto contra o Paraná, no próximo domingo (14), pela 30ª rodada do Campeonato Brasileiro, no Durival de Britto. A bola rola às 19h (horário de Brasília).

Fonte: http://colunadoflamengo.com/2018/10/em-meio-a-chumbo-trocado-na-politica-do-flamengo-lomba-pede-uniao-por-titulo-mas-dispara-deveriam-se-envergonhar-do-que-estao-falando/

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