Após a derrota nas eleições para a presidência do Flamengo no final do ano passado, Rodrigo Dunshee enfrenta mais um desafio. O ex-vice-presidente geral do clube foi indiciado pela Polícia Civil por calúnia e difamação, em decorrência de uma denúncia feita por Eduardo Bandeira de Mello, que presidiu o Mengão de 2013 a 2018.
Bandeira de Mello apresentou uma queixa contra Dunshee devido a um perfil no Twitter, sob o pseudônimo Roberto Dodien (com as mesmas iniciais de Rodrigo Dunshee), que se dedicava a atacar o ex-presidente do Flamengo. O candidato apoiado por Rodolfo Landim nas últimas eleições nega ser o autor das postagens e afirma ser alvo de ‘perseguição política’.
— Estou satisfeito com o trabalho realizado pela Polícia até aqui e espero que isso contribua para frear a disseminação de ódio e mentiras. Vale lembrar que não fui o único a ser atacado de forma criminosa e covarde por esse perfil, e a provável identificação do responsável é um avanço significativo. Agora, é confiar na Justiça para que tudo seja devidamente esclarecido e responsabilizado — declarou Bandeira de Mello, ao GE.
Rodrigo Dunshee é suspeito de violar os artigos 138 e 139 do Código Penal, com um agravante no artigo 141, que prevê um aumento da pena em um terço em certas circunstâncias, como nos casos de injúria ou difamação em plataformas digitais. O caso está sob a responsabilidade da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática.
— Meu advogado não teve acesso a essa informação e essa investigação tramita em segredo de justiça. A despeito disso, não sou autor da tal postagem. Ademais, essa postagem trata de um fato atípico que não configura ofensa, pois a pessoa citada, de fato, foi acusada pela justiça e apenas não foi a julgamento pela prescrição da pena, por ter completado 70 anos. Na verdade, tudo não passa de uma perseguição política. Sou Grande-benemérito do Flamengo — defendeu-se Dunshee, ao GE.
— Trabalhei uma vida inteira pelo clube. Livramos o clube da dívida milionária do Banco Central, trabalhei exaustivamente para trazer o Maracanã para o CRF, defendi o Flamengo em mil outros assuntos, com muito amor e eficiência, acima de mim, às vezes prejudicando até a família. Esse assunto é uma grande maldade de pessoas a quem minha trajetória incomoda. Tem dois anos que ficam falando isso para me prejudicar. A eleição acabou. Vamos seguir com a vida — acrescentou.
Dessa forma, Dunshee pode enfrentar uma pena de detenção que varia de seis meses a dois anos caso seja condenado por calúnia. Além disso, o crime de difamação pode resultar em uma pena de três meses a um ano. Ambos os crimes ainda estão sujeitos à imposição de multa. Contudo, a defesa de Bandeira de Mello pretende incluir o crime de injúria, que pode resultar em até dez anos de pena.
Publicado em colunadofla.com
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