Ex-goleiro revela detalhes dos bastidores do último jogo entre Flamengo e Táchira na Venezuela, incluindo brigas e foguetório

Na véspera do jogo, torcedores do Táchira soltaram fogos de artifício em frente ao hotel onde a equipe do Flamengo estava hospedada. A atitude dos venezuelanos gerou revolta entre os rubro-negros, e um membro da delegação brasileira se envolveu em uma briga com os locais. O ex-goleiro relembra que, por pouco, o local que acolheu o Mengão não foi alvo de uma invasão.

‘Ele foi na porta do hotel e deu um soco na cara do cara, quebrou a cara do cara, sangrou para caramba. Aí nós tínhamos que mandar ele fugir do hotel, praticamente, para ir embora. Eles voltaram depois com muito mais gente, com muito mais carros, fazendo quase que um quebra-quebra e soltando o rojão no hotel. Quando a torcida voltou, queria invadir o hotel e gritavam “queremos el gordo”,’ se referindo ao Onça – acrescentou o ex-goleiro.

A distância entre o Rio de Janeiro e San Cristóbal é de 4.628 km. Atualmente, o Flamengo conta com voo fretado, mas há 35 anos, a situação era bem diferente. Gilmar Rinaldi recorda que a chegada do Mengão ao estádio foi bastante complicada, e a infraestrutura da Venezuela na época não favoreceu a logística rubro-negra.

‘A lembrança daquele jogo, daquela viagem, foi que quando nós chegamos na Venezuela, era muito difícil de chegar na cidade, muito trânsito, engarrafamento, acho que desceu uma montanha lá também. Foi muito difícil para chegar no estádio, hotel também, a Venezuela não tinha muita estrutura na época -’ comentou, antes de ressaltar a pressão da torcida dentro do Pueblo Nuevo.

‘O estádio lotou. A torcida gritava muito, para eles era um grande evento aquele jogo, né? E pressionaram muito, o jogo começou mais tranquilo, a gente chegou a fazer 3 a 0 (três gols de Gaúcho). E aí depois eles conseguiram fazer um gol, segundo, e aí virou uma fumaça até o fim. Mas conseguimos manter a vitória -’ pontuou Rinaldi.

‘A diferença (de um jogo para o outro) foi o desgaste da viagem. A dificuldade de jogar, o campo era muito ruim e acho até que era o Vanderlei Luxemburgo na época, o treinador, e a gente sofreu bastante pelo campo, principalmente.’

(Nota de redação: após eliminar o Táchira, o Flamengo foi eliminado nas quartas de final para o Boca Juniors-ARG)

‘Coisas do futebol, né? Libertadores, na época, era diferente jogar com as equipes lá fora, não tinha os antidoping, não tinha nada, não tinha VAR e era muito difícil passar as chaves (fase de grupos). E essa geração toda estava se firmando ainda, foi quando eles subiram da base para o time principal. Depois, todos eles fizeram histórias, ou no Flamengo, ou fora de lá, mas naquele ano eles não estavam ainda totalmente consolidados lá no time.’

‘Sobre o atual time, eles estão muito bem, é um time totalmente motivado, que ainda não enfrentou nenhuma dificuldade, que é o grande segredo de se perceber o trabalho de um treinador e dos jogadores. É no momento da dificuldade, no momento do revés. Vamos aguardar para ver o que vai acontecer, mas é um time que tem todas as chances de progredir e chegar até o final, até porque experiência o Filipe Luís tem de sobra e ele vai saber como andar o time na hora e no momento ruim.’

‘Ele é um bom goleiro, um goleiro que em alguns momentos importantes tem se destacado e feito a diferença. Essa é a grande qualidade do goleiro. Não é jogar bem quando o time está ganhando de 4 a 0, o goleiro tem que jogar bem quando está 0 a 0 ou menos um ou algo assim, ou quando está ganhando de 1 a 0 com pressão. Está bem, eu acho que é um goleiro hoje que está à altura do Flamengo.’

Publicado em colunadofla.com

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