O assunto sobre as indenizações às famílias das vítimas do incêndio do Ninho do Urubu, maior tragédia da história do Flamengo, que culminou na morte de 10 jovens das categorias de base, segue em discussão. Nesta segunda-feira (04), em entrevista ao canal do jornalista Venê Casagrande, o ex-presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello, falou como deveria ser a postura do clube em relação ao pagamento das famílias.
– Com relação às indenizações, eu acompanho de longe e, como torcedor do Flamengo, já passou muito tempo. Eu entendo que o clube deveria fazer um esforço para buscar compensar as famílias de forma mais justa. Não só em relação à solidaridade, humanidade, a tudo que a gente deve ter de sentimento em relação a esses pais que perderam seus filhos -, disse o ex mandatário do Rubro-Negro, antes de continuar:
– Mas, ainda que você se abstenta das questões humintárias do assunto, for pensar só na questão objetiva, vamos ser frios e insensíveis: o desgate de imagem que o Flamengo está sofrendo com relação a isso é extremamente expressivo. Isso vale dinheiro. Então, eu acho que se o Flamengo tivesse aceito aquela proposta inicial do Ministério Público, da Defensoria, e tivesse pago mais para a indenização das famílias, em compensação, o Flamengo não estaria sendo exposto como está. Isso é responsabilidade social, é imagem. Vale dinheiro e vale, também, a satisfação do nosso torcedor, dos 40 milhões de torcedores de verem que o clube foi justo, solidário e que fez o que pode para minorar o sofrimento daquelas famílias -, concluiu Bandeira.
O incêndio no centro de treinamento do Mais Querido já completou um ano e, até o momento, o Flamengo só entrou em acordo com três famílias. O inquérito que apura as causas do acidente foi encerrado pela Polícia Civil e está nas mãos do Ministério Público Federal. Eduardo Bandeira de Mello e outras sete pessoas foram indiciadas por homicídio doloso (com dolo eventual) e 14 foram indiciadas por tentativa de homicídio.
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