Uidemar ‘Ferreirinha’ conquistou pelo Flamengo, Copa do Brasil, em 1990, Carioca, em 91, e Brasileiro, em 92
Por: Marcos Vinicius Cabral e Mônica Alves
Saudades. Essa é a melhor maneira de descrever o amor de Uidemar pelo Flamengo. O ex-volante, nascido em Goiás, não esquece o clube em que jogou de 1989 a 1993, período em que vestiu a camisa 8 rubro-negra por 145 vezes, e foi campeão da Copa do Brasil de 90, do Carioca de 91, e do Brasileirão de 92. Entre a voz mansa, um sorriso e outro, ‘Ferreirinha’, como era chamado carinhosamente pelos companheiros de time, falou com exclusividade ao Coluna do Fla, e abriu o jogo sobre o atual plantel flamenguista.
Fã do meia Gerson, Uidemar acredita no trabalho de Jorge Sampaoli à frente do Flamengo. Para o ex-jogador, atualmente com 58 anos, o Mais Querido precisava de um ‘choque’ de realidade para voltar aos trilhos. No entanto, apesar de confiar no treinador argentino, não acredita que o técnico deva utilizar atletas das categorias de base para mesclar com os mais experientes.
— Gosto muito do Gerson. Ele é diferenciado. Tem qualidade no passe e é um jogador com personalidade, característica que falta em muitos atletas no futebol de hoje. Já sobre os crias do Flamengo, diferentemente do nosso saudoso Carlinhos que usou a base naquela época, que considero a melhor depois da geração do Zico, Sampaoli é treinador de pedir contratação de jogadores e não usar as joias da casa -, disse e afirmou que todo jogador de futebol sonha em jogar no Rubro-Negro: “Não existe nada comparado ao Flamengo e à torcida neste planeta. Obrigado por tudo, Nação!”.
UILDEMAR E A HISTÓRIA COM O FUTEBOL
Uidemar Pessoa de Oliveira ainda era garoto em Damolândia, pequena cidade com quase três mil habitantes no interior goiano, quando começou a sonhar. Ser jogador de futebol e vestir as camisas do Goiás e do Flamengo eram objetivos. Conseguiu realizá-los e, ainda por cima, se tornou ídolo nos dois clubes.
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— A minha chegada foi logo após a conquista do Campeonato Goiano, em 1989. Lembro que havíamos conquistado o bicampeonato estadual e em seguida o Flamengo comprou meu passe. Vencemos por 3 a 1 no domingo, contra o Vila Nova, e na segunda-feira estava desembarcando no Aeroporto Tom Jobim, no Rio -, disse Uidemar emocionado, ao Coluna do Fla, relembrando que o saudoso Zé Henrique, que trabalhava no departamento administrativo do Mais Querido, foi buscá-lo na Kombi do clube.
— Na época de garoto, criado na minha cidadezinha, sempre quis ser jogador de futebol. Era meu sonho. Não me importava o tempo que levaria para isso acontecer. Além do sonho de ser atleta profissional, vestir as camisas de Goiás e do Flamengo, conquistar títulos, e jogar no Maracanã, eram objetivos. Deus foi muito generoso comigo e me proporcionou experimentar tamanha sensação que, confesso, foi indescritível. O título da Copa do Brasil, continua guardado no meu coração e agradeço a Nação Rubro-Negra pelo carinho que sempre teve comigo -, confessou.
FALTOU A ‘CEREJA DO BOLO’: LIBERTADORES
Entre vitórias inesquecíveis, derrotas dolorosas, e títulos conquistados, Uidemar relembra com tristeza a Libertadores de 1993, competição em que ‘bateu na trave’ ao ser eliminado pelo São Paulo de Telê Santana (1921-2006).
— Tínhamos a ambição de conquistar a Libertadores, que era uma competição difícil de jogar pela qualidade dos times. Enfrentamos o São Paulo e empatamos por 1 a 1, no Maracanã, e perdemos por 2 a 0, no Morumbi. Mas sabíamos ali, pelo força de Flamengo e São Paulo, que quem passasse seria o campeão. Para mim, foi a ‘cereja do bolo’ que faltou na minha passagem no clube. Foi meu momento mais triste com a camisa rubro-negra -, contou resignado.
Junior, capitão do time comandado por Carlinhos (1937-2015) no Campeonato Brasileiro de 1992, falou da importância de Uidemar para o sucesso do Flamengo na competição. Para ele, a escolha como melhor jogador e a boa fase, aos 38 anos à época, deve-se boa parte ao volante goiano.
— Uidemar era o tipo de jogador que aparecia pouco para a torcida, mas extremamente importante para o time. Era um volante com um tempo de bola impecável e com sentido de marcação grande. Eu e o Zinho, graças ao ‘Ferreirinha’, como era chamado por nós, tínhamos liberdade para chegar lá na frente e criar jogadas. No título Brasileiro, não tenho dúvidas da importância dele para a conquista do pentacampeonato – elogiou Junior, que com 876 jogos disputados, é recordistas em partidas pelo Flamengo -, disse.
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