Leandro, eterno camisa 2, diz que é preciso fazer da máxima “raça, amor e paixão’ para vencer
Por: Higor Neves e Marcos Vinicius Cabral
Morando em Cabo Frio, no Rio de Janeiro, Leandro comemora 64 anos de idade nesta sexta (17), gozando saúde e felicidade ao lado dos familiares. Apesar do momento feliz na vida pessoal, o maior lateral direito da história do Flamengo não esconde a preocupação com o Rubro-Negro, uma das principais paixões que carrega desde o início da vida. Em bate-papo exclusivo com o Coluna do Fla, o ex-jogador fez cobrança ao atual elenco e demostrou preocupação com o cenário vivido.
— É preciso entender que o Flamengo não é o mesmo de 2019. Os jogadores, alguns deles, são os mesmos, mas quatro anos mais velhos e que à época, sem nenhuma conquista importante pelo clube. Conquistar títulos para eles era uma motivação, além é claro, de um técnico que buscava o mesmo e implantou um esquema tático que deu certo. E ponto. O momento rubro-negro nesta temporada é de preocupação — confidenciou o ídolo.
Com a experiência de quem conhece o Flamengo na ‘palma da mão’ e viveu momentos turbulentos desde quando chegou ao Flamengo, em 1976, Leandro deu dicas para superar a má fase. Segundo o ex-jogador, o foco tem que ser no trabalho do dia a dia. O ídolo ainda se mostrou contrario à forma como a preparação da equipe foi conduzida na pré-temporada, levando em conta principalmente a disputa do Mundial de Clubes, no mês de fevereiro.
— Não tem outra coisa a ser feita: é trabalhar! No Flamengo sempre foi assim. No meu entendimento, o planejamento ‘pecou’, já que foi elaborado em cima de competições importantes que o clube disputaria, sendo o Mundial, a maior delas. Mas é bola para frente, já que o elenco voltou de férias 45 dias depois com a Supercopa e o Carioca batendo à porta — contou demonstrando um ‘ar’ de preocupação.
Lembrado pela elegância em campo, que o transformou em um dos jogadores mais talentosos da chamada ‘Era de Ouro’, Leandro não fugiu de dividida e rechaçou as críticas ao trabalho de Vítor Pereira, atual treinador do Flamengo. Para ele, o grande desafio do português é saber como utilizar as principais peças do elenco rubro-negro. O eterno camisa 2 também acredita que o treinador passará a ter melhores resultados e desempenho quando a equipe estiver em bom nível físico:
— Uma coisa é conhecer os jogadores do Flamengo, sendo técnico do Corinthians. Por outro lado, é preciso tempo para conhecer o elenco de jogadores no dia a dia. E isso se conhece com o tempo. Além disso, não bastasse, Arrascaeta, Everton Ribeiro, Pedro e Gabigol chegarem um pouco abaixo tecnicamente, os laterais, principal válvula de escape no futebol moderno, oscilaram muito — frisou Leandro, acrescentando que as ausências de Bruno Henrique e Rodrigo Caio, contundidos, prejudicaram o início de temporada.
64 ANOS DE AMOR E DEVOÇÃO
Em toda carreira, Leandro vestiu apenas as camisas da Seleção Brasileira e do Flamengo
Aprovado por Américo Faria, ex-coordenador técnico da Seleção Brasileira, Leandro começou no juvenil de Flamengo em 1976. Usando chuteiras dois números acima do que calçava, emprestada pelo primo Nonato. Como lateral esquerdo, realizou dois treinos e agradou os examinadores que viram o cabofriense despontar no treinos e se destacar no cenário nacional do futebol como um ‘monstro’ rubro-negro.
Aos poucos, começou a entrar nos jogos ainda sendo juvenil. Pelo Flamengo, Leandro esteve em campo em 415 partidas, marcou 14 gols, e encerrou a carreira na derrota por 2 a 1 para o Bangu, no estádio Moça Bonita, em 1990. Rubro-Negro declarado, o ídolo jamais escondeu o amor pelo Manto Sagrado e, até os dias atuais, não esconde a emoção quando se trata de Fla.
Atualmente, o ‘Peixe-Frito’ administra a Pousada do Leandro, localizada em área nobre de Cabo Frio, na Região dos Lagos, no Rio de Janeiro. Lá, recebe turistas, amigos, fãs e convidados para contar as histórias das conquistas dos Campeonatos Cariocas de 1978, 1979, 1979 (especial), 1981 e 1986, dos Brasileiros de 1980, 1982, 1983 e 1987, além da Libertadores e o Mundial, levantados em 1981.
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