A controvérsia em torno do uso do VAR no futebol brasileiro, especialmente em situações que prejudicam o Flamengo, tem gerado debates e questionamentos. A teoria da conspiração, embora atraente para alguns, não apresenta uma explicação abrangente e satisfatória. Em vez disso, sugiro analisar o problema sob a perspectiva do fenômeno conhecido como “Groupthink”.
O Groupthink, ou pensamento de grupo, ocorre quando um grupo de pessoas busca unanimidade a todo custo, deixando de lado a reflexão crítica e a consideração de alternativas. No caso do VAR, essa dinâmica pode se manifestar de forma sutil, mas com impactos significativos nos resultados das partidas.
O não assinalamento de um pênalti a favor do Flamengo contra o Bahia é apenas o exemplo mais recente de uma série de decisões polêmicas que prejudicam o time carioca. Ao observar o funcionamento do VAR na Europa, é possível notar uma diferença marcante na organização e na qualidade das discussões entre os árbitros. As conversas no VAR brasileiro, por vezes, parecem mais um bate-papo informal, com linguagem coloquial e expressões que denotam pouca expertise técnica.
Essa falta de rigor e profissionalismo pode indicar que o Groupthink está em ação. A pressão por decisões rápidas, aliada à influência de fatores externos, como a opinião da mídia e da torcida adversária, pode levar os árbitros a se conformarem com a primeira interpretação que surge, sem considerar outras possibilidades.
A suposta “sorte” do Flamengo, como alguns de forma irônica apontam, se deve ao fato de que o campeonato brasileiro está em um patamar técnico aquém do esperado. Mesmo diante de decisões controversas do VAR, o time ainda se destaca em relação aos demais, graças à qualidade de seu elenco. No entanto, a falta de critérios claros e objetivos na aplicação do VAR compromete a credibilidade do futebol brasileiro e mina a confiança dos torcedores.
É fundamental que a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) adote medidas eficazes para assegurar a imparcialidade e a excelência nas decisões do VAR. A transparência nas comunicações, a capacitação dos árbitros e o estabelecimento de mecanismos de controle e revisão são passos cruciais para evitar que o Groupthink continue prejudicando o Flamengo e o futebol brasileiro como um todo.
Publicado em colunadofla.com
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