O aniversário de um ano do incêndio que matou dez Garotos do Ninho tem sido marcado por homenagens de parentes das vítimas e de torcedores do Flamengo por todo o Rio. Os familiares que foram ao local da tragédia neste sábado, porém, têm enfrentado dificuldade para manifestar o seu luto.

Ficara combinado, na vésprea, que a família de Pablo Henrique, um dos mortos, poderia entrar no Ninho do Urubu para prestar homenagens desde que enviasse um pedido com nome e horário ao Flamengo. Isso motivou outras famílias a fazerem o mesmo, mas gerou um problema. Duas famílias foram barradas na porta do CT por falta de autorização.

As famílias de Christian Esmério e de Jorge Eduardo se encontraram com a de Pablo Henrique na frente do Ninho do Urubu carregando flores brancas e velas. Porém apenas os pais de Pablo Henrique conseguiram entrar no local por terem enviado a solicitação antecipadamente. Os outros familiares acabaram barrados na portaria do clube.

— Se eu pudesse, eu nem colocava meus pés aqui. Eu vim acender uma vela para o Jorge e parece que estou aqui para aparecer. É humilhante — reclamou Simone, tia de Jorge Eduardo.

— Ter autorização para fazer uma oração é muito humilhante — protestou Wedson Cândido, pai de Pablo.

Após uma hora e meia sem resposta do Flamengo, as famílias desistiram de entrar e foram embora do Ninho do Urubu.