Filipe Luís abordou a controvérsia relacionada ao gramado sintético neste sábado (22), após a conquista do Flamengo na Taça Guanabara. Em uma coletiva de imprensa, o treinador expressou apoio ao discurso de Abel Ferreira, técnico do Palmeiras, e enfatizou a necessidade de maior união entre os jogadores no Brasil.
— ‘Eu joguei e passei por isso. Queria começar falando que é importante que os jogadores se unam. Eles não têm noção do poder que eles têm. O futebol é dos jogadores. Somando isso, vi a entrevista do treinador do Palmeiras (Abel Ferreira) falando sobre isso. Concordo em tudo que ele falou. Foi a primeira pessoa que não colocou política no meio. Ele foi verdadeiro com o que pensa. Eu penso o seguinte. Da mesma forma que ele falou’ — disse, antes de concluir:
— ‘A Série A tem que ser regulamentada, para ter gramados naturais e bons e tem que ter multa se não for bom. O que mais vejo aqui são desculpas. Pelo clima, na Arábia é 50 graus e tem um tapete. É investimento. O que vejo é muita gente que fala que não tem coragem de bater de frente. Para fazer tudo isso tem que ter coragem, para tentar proibir’ — finalizou.
Antes de ser promovido para o elenco principal, Filipe Luís treinou as categorias sub-17 e sub-20 do Flamengo. Por essa razão, o treinador compartilhou suas experiências com os gramados dos jogos que disputou nas divisões de base. Para ele, é preferível que os jovens joguem em campo sintético, visto que as condições dos campos são inferiores às dos grandes estádios.
— ‘O Brasil cresce a passos lentos porque falta gente que tome essas decisões. Que sejam mais agressivos e certeiros com esse assunto do gramado. Vou dar minha opinião porque o Abel não passou pelo que eu passei, que foi o sub-17 do Flamengo. Para jogar nos campos que o sub-17 joga no Carioca e até no Campeonato Brasileiro, é melhor sintético’ — disse, antes de finalizar:
— ‘Do que eu vi na base? Do que adianta preparar um plano de jogo para chegar em um gramado que a bola não anda, que os jogadores não conseguem correr, 11h da manhã. Não é humano. Para isso, melhor colocar sintético. Agora, clubes com condição para vender nosso produto para fora do país, gramado natural. Não tenha dúvida. Todos os jogadores preferem. O Abel falou que tem um top. Eu acho que tem mais. Inter é top, do Corinthians é o melhor do Brasil, Morumbi é muito bom, Juventude é muito bom, Coritiba é muito bom’ — concluiu.
Devido à mobilização dos jogadores, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) coletou todos os dados de lesões da temporada 2024 para avaliar o impacto do gramado sintético. Após essa análise, a entidade decidirá se irá proibir ou não a utilização de grama artificial.
Atualmente, dois clubes utilizam gramado sintético na Série A do Campeonato Brasileiro: Palmeiras (Allianz Parque) e Botafogo (Nilton Santos). Os demais estádios possuem gramado natural, com poucas áreas acrescidas de tecido artificial.
Publicado em colunadofla.com
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