O contrato da Rio 2016 para administrar o Maracanã vai até o
dia 30 de outubro. O comitê, em nota nesta tarde, avisou que não pretende entregar
antes o estádio, mas o Flamengo não perde a esperança de jogar antes deste
prazo. O presidente Eduardo Bandeira de Mello disse que o clube pode até
assumir os custos de operação do jogo para fazer ao menos a partida contra o
Corinthians (23 de outubro) no Maracanã. O Fla-Flu do dia 12 pode ser inviável
pela plantação de novo gramado, que pode levar 24 dias para ficar pronto.
– Estamos trabalhando discretamente para antecipar nossa
volta ao Maracanã. Não queremos brigar com ninguém. Se queremos ser o gestor do
estádio nos próximos 35 anos, temos totais condições de assumir os custos e a
operação para usarmos o estádio antes do dia 30 (de outubro) – disse Eduardo
Bandeira de Mello.
Apesar da disposição do Flamengo, o comitê não quer
alimentar expectativa. O diretor da Rio 2016, Rodrigo Tostes, lembrou que não
se trata simplesmente de antecipar o retorno das atividades normais do estádio.
Há todo um rito que é preciso obedecer – que vai desde laudo de vistoria de
entrega, com diversos itens, até a desmontagem de equipamentos e prestação de
contas para devolvê-lo à concessionária Odebrecht e ao estado do Rio, poder
concedente do Maracanã. Ex-vice-presidente de finanças do Flamengo na primeira
gestão de Bandeira, Tostes, que apoiou o candidato Wallim Vasconcellos na
última eleição, diz que não há como falar em negociação agora. Mas diz que se
for possível antecipar a entrega o fará.
– Hoje, não temos negociação nenhuma. Temos prazo de
desmobilização para obedecer, temos que fazer auditoria. Se lá na frente
entendermos que é possível antecipar isso, podemos entregar antes. Não queremos
ficar com o estádio sem ter necessidade – afirmou Tostes.
O executivo da Rio 2016 explicou que o gramado que será
plantado é bem diferente daquele que atendeu os jogos de futebol na olimpíada.
Era um tipo de grama com prazo de curta duração. Por isso foi possível a
realização de jogos de futebol no estádio poucos dias depois da cerimônia de
abertura. A grama que será plantada após a paralimpíada é a que já existia no
Maracanã antes dos Jogos – de durabilidade de anos. Esse e outros detalhes
podem inviabilizar o retorno do equipamento esportivo antes do tempo previsto
em contrato.
– Não é questão de assumir os custos. E se ficar um buraco
na arquibancada, quem vai arcar? O Flamengo também? Então, não é simples assim.
Queremos e vamos entregar o Maracanã da mesma forma que recebemos. Para que
depois da entrega não tenhamos qualquer tipo de ônus, qualquer sanção. Não dá
para avaliar agora – afirmou.
Durante o estadual, a Ferj negociou diretamente – e teve
participação política da prefeitura e do governo do estado – com a Rio 2016
para que as finais fossem realizadas no Maracanã. O custo de operação caiu de
quase R$ 900 mil para R$ 543 mil, de acordo com o borderô divulgado no site da
Ferj.
Ao lado do Fluminense, o Flamengo já manifestou interesse em
assumir administração do Maracanã caso a devolução da Odebrecht se confirme – e
haja novo edital de licitação. Os clubes divergem na gestão compartilhada. O
clube da Gávea acenou com exploração comercial de 65% do estádio fora das
partidas, com o restante nas mãos tricolores, que não gostou das primeiras
conversas.
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