Havia grandes expectativas em relação à formação da Liga Brasileira de Futebol nos dias vindouros. No entanto, Flamengo e Corinthians dificultaram o progresso. Os clubes com as maiores torcidas do Brasil não concordaram com o Memorando de Entendimento (MOU) elaborado e divergem da visão dos outros 38 times envolvidos no projeto.
Em síntese, o MOU apresenta dois pontos principais: o estabelecimento inicial da governança da Liga em um prazo de até seis meses; e a obrigatoriedade da cessão de ativos por parte dos clubes entre 2030 e 2039. Dessa forma, o Memorando estipula que os times transfeririam para a Liga as negociações referentes aos direitos de transmissão de TV, publicidade em estádios e gerenciamento das redes sociais durante os jogos, questões que geraram discordância por parte de Flamengo e Corinthians.
A Liga apresentou um esboço de como seria a distribuição dos recursos financeiros (distribuição igualitária, baseada em audiência e posição na tabela). Contudo, o Flamengo acredita que essa abordagem resultaria em perdas financeiras. Adicionalmente, o Rubro-Negro argumenta que deixará de arrecadar R$ 100 milhões com o novo contrato da Libra/Globo.
Flamengo e Corinthians desejam, em um primeiro momento, discutir a criação da Liga, abordando aspectos como o campeonato, a arbitragem e a qualidade do gramado. Após essa fase inicial, a dupla pretende tratar de questões comerciais. Os times possuem a ‘carta na manga’ de contar com as maiores receitas de TV e patrocínios do futebol brasileiro atualmente. A informação sobre o impasse da Liga foi divulgada pelo portal ‘UOL’.
Com a implementação da Liga, o Brasileirão de 2026 ainda será administrado pela CBF. Entretanto, a partir de 2027, 40 clubes das Séries A e B do futebol brasileiro darão início ao ‘novo Brasileirão’. A Liga também assumirá a responsabilidade pela arbitragem, que atualmente é alvo de muitas críticas.
Inicialmente, a proposta é que a CBF ofereça suporte nesse aspecto, mas a meta é que os clubes se tornem autônomos no futuro. Há planos para a criação de um fundo destinado a investimentos em árbitros, tanto em tecnologia quanto em recursos humanos. O calendário do futebol também é uma das questões em pauta, prevendo a redução dos campeonatos estaduais.
Publicado em colunadofla.com