O Flamengo não se conformou com os episódios lamentáveis que ocorreram na tarde de domingo (10), durante a final da Copa do Brasil contra o Atlético-MG. O clube Rubro-Negro emitiu uma nota de repúdio nesta segunda-feira (11) e solicitou que a CBF e o STJD punam os responsáveis pela confusão.
O Clube de Regatas do Flamengo manifesta publicamente seu total repúdio às agressões sofridas por torcedores, profissionais envolvidos no evento, jogadores e membros da comissão técnica deste clube, em virtude das ‘lamentáveis cenas de selvageria’ que ocorreram no dia 10.11.2024, dentro e fora da arena do Clube Atlético Mineiro.
Lamentavelmente, o cenário de violência presenciado não é uma novidade em partidas realizadas em Belo Horizonte contra a equipe do Atlético Mineiro. A rivalidade entre as equipes, que deveria ser restrita ao âmbito esportivo de maneira saudável, ultrapassou os limites do aceitável. Assim, as autoridades competentes, como o Ministério Público, órgãos de segurança pública, Superior Tribunal de Justiça Desportiva e a Confederação Brasileira de Futebol, devem tomar medidas urgentes.
O país inteiro presenciou as diversas e graves violências perpetradas pelos torcedores do Atlético Mineiro. Não podemos ignorar ou deixar que esses episódios de violência caiam no esquecimento. Eles exigem a atenção e o tratamento que realmente merecem.
Os responsáveis pela Arena MRV, assim como a diretoria do Clube Atlético Mineiro, tinham a obrigação legal de organizar o evento e garantir a segurança dos presentes, o que não foi cumprido. A fiscalização e a revista de pessoas foram completamente inadequadas, permitindo a entrada de bombas e outros artefatos que causaram danos e ferimentos.
Apesar da imprensa já ter destacado os absurdos ocorridos, o Flamengo considera de suma importância relembrar alguns desses eventos:
1. No momento da entrada da torcida do Flamengo no estádio, houve uma confusão generalizada, pois o sistema de catracas do setor visitante não suportou a entrada. A Polícia Mineira agiu de forma truculenta, utilizando gás de pimenta contra torcedores que incluíam idosos, mulheres e crianças.
2. Os bares destinados à torcida do Flamengo suspenderam a venda de bebidas e refrigerantes ainda no primeiro tempo, e além do calor intenso, os torcedores não tinham acesso a água potável para se hidratar ou mesmo para limpar o rosto devido ao uso constante de gás de pimenta.
3. O camarote destinado aos dirigentes e à comissão técnica do Flamengo não contou com a segurança necessária para um evento dessa magnitude. Diversos torcedores do Atlético Mineiro ofenderam e ameaçaram os dirigentes, profissionais do Flamengo e seus familiares durante o acesso e saída dos camarotes.
4. Várias bombas foram lançadas dentro de campo; uma delas explodiu muito próxima ao goleiro do Flamengo (Rossi), outra quase atingiu o jogador Plata durante a comemoração de um gol, e uma terceira atingiu um repórter (Nuremberg José Maria), que não recebeu ajuda para ser removido, tendo que caminhar com dedos quebrados e um tendão rompido, vindo a passar por cirurgia, como amplamente noticiado pela mídia.
5. Durante toda a partida, copos e outros objetos foram arremessados em direção aos jogadores do Flamengo, tanto no campo quanto no banco de reservas, sem que a segurança da Arena interviesse para conter tais ações.
6. Houve invasão de campo por parte da torcida do Atlético Mineiro com o intuito de agredir fisicamente jogadores e membros da comissão técnica do Flamengo.
7. Durante toda a cerimônia de premiação, os responsáveis pela Arena MRV, de maneira deliberada e antidesportiva, acionaram o sistema de som do estádio no máximo volume para tocar repetidamente o hino do Clube Atlético Mineiro, em uma atitude desrespeitosa e contrária ao Fair Play.
8. Foram constatados atos de racismo e misoginia perpetrados por torcedores do Atlético Mineiro em relação à torcida do Flamengo e a mulheres profissionais da imprensa.
9. Vários relatos indicam emboscadas de torcedores do Atlético Mineiro aos ônibus da torcida do Flamengo, além de queixas de jornalistas sobre as condições de trabalho no estádio.
Diante dos fatos mencionados e da evidente falta de segurança dentro e fora da Arena MRV, esperamos que a Justiça Desportiva, em conjunto com a CBF, tome uma posição firme para punir todos os responsáveis pelos atos de vandalismo, agressões e selvageria que comprometeram a imagem de uma das maiores competições do futebol brasileiro.
Publicado em colunadofla.com
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