‘Esse é o lema que quatro clubes do futebol brasileiro têm como norte para criar movimento com o objetivo de acabar com a falta de pagamento no futebol do país.’ Flamengo, Fluminense, Internacional e Fortaleza desejam implementar o fair play financeiro. Desta forma, o encontro ocorreu durante o II Simpósio de Direito Esportivo, nas Laranjeiras.
— ‘A sugestão do Mário (Bittencourt, presidente do Fluminense) é boa, simples, fácil e rápida de implementar. Contudo, compreendo que ao longo do tempo devem existir punições esportivas como a perda de pontos. Existem SAFs, clubes de tamanhos distintos… ‘Ah, mas clube virando SAF vai pagar tudo’. Há clubes reconhecidamente fortes atualmente que se tornaram SAF e não honram seus compromissos. Onde não houver sanção, não creio que haverá solução, pelo menos nesse aspecto’ — afirmou Luiz Eduardo Baptista, o Bap, presidente do Flamengo.
Além de Bap e Bittencourt, também representaram os clubes os presidentes do Internacional, Alessandro Barcellos, e do Fortaleza, Marcelo Paz. Durante o encontro, o Corinthians foi mencionado duas vezes como exemplo de inadimplência. O time paulista deve direitos federativos, atrasa salários e continua investindo na contratação de novos jogadores.
— ‘A FIFA já controla os pagamentos. Porém, existe uma solução simples: não pagou, não pode jogar. Se adquiriu o jogador e não pagou, ele não joga. Basta o clube notificar por e-mail. Se você excluí-lo da rodada, você já recupera o equilíbrio competitivo. Não é necessário ter transferban, é apenas impedir quem não pagou de jogar. Automaticamente, esse clube irá parar de contratar. Isso pode ser implementado em uma reunião do Conselho Técnico’ — explicou o mandatário do Fluminense.
Ironia do destino, Flamengo e Internacional, agora unidos, enfrentam uma disputa fora dos campos justamente por questões financeiras. Afinal, os gaúchos, que adquiriram Thiago Maia junto ao Mengão no ano passado, ainda não realizaram o pagamento. Inclusive, o clube de Porto Alegre tentou vender o atleta ao Santos e transferir a dívida aos paulistas.
— ‘Não temos diferença de pensamento sobre o futebol brasileiro. Temos circunstâncias. O Internacional de hoje pode ter sido o Flamengo de ontem. O Fla de hoje pode se tornar o Inter de amanhã. Em relação aos aspectos financeiros, o que precisamos é pensar em soluções que elevem o futebol brasileiro a um novo patamar. Isso só será possível se considerarmos as diferenças de governança, políticas e financeiras. São realidades distintas que precisam ser trabalhadas como um processo de transição para que todos os clubes possam se adequar e possamos ter um crescimento conjunto no futebol brasileiro’ — comentou o presidente Alessandro Barcellos, do Internacional.
Publicado em colunadofla.com
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