O Flamengo vai tentar fazer do limão uma limonada para reforçar o time em 2018. O clube não dispõe de orçamento para investimento em contratações. Apenas cerca de R$ 15 milhões da receita R$ 477 milhões aprovada para o ano, mas o valor está condicionado à venda de atletas. Nesse cenário, depois da ressaca pelo vice da Sul-Americana e o fim de ano sem conquistas relevantes, a diretoria inicia nesta sexta-feira a montagem da barca para abrir espaço na folha salarial, que não será alterada.
O capitão da nau é o goleiro Muralha, que negocia com o futebol japonês. O argentino Mancuello é o copiloto e deve seguir para o México. Os comissários de bordo são Conca, já a caminho da China, e Rafael Vaz, que procura novos ares com prioridade fora do país. O zagueiro foi sondado pelo futebol turco. A janela se abre no dia primeiro de janeiro.
Quem for vendido, o valor entra como liberado para contratação. Desta forma, não há ninguém inegociável. A chegada de um zagueiro, um lateral e dois atacantes é a prioridade. Gabigol, hoje no Benfica, foi oferecido, mas há outras opções de goleadores no radar. A diretoria calcula que, para trazer de quatro a seis peças, precisa fazer dinheiro com mais jogadores.
Assim, o diretor Rodrigo Caetano entra em cena para fazer o que tem feito de melhor: realocar as peças em sobra e as que voltam de empréstimo em outros clubes. Os candidatos a trocas são Gabriel, Matheus Sávio, Leo Duarte e possivelmente Márcio Araújo. Retornam nomes como Ronaldo, Canteros e Luiz Antonio.
Nova chance a apostas caras
Dentre as frustrações do Flamengo no ano, estão a demora na respostas das principais contratações do meio da temporada. Especialmente Everton Ribeiro, que chegou do mundo árabe e não deslanchou. Depois de ficar dois anos treinando à noite e sem ênfase na parte física, o meia-atacante é aposta com uma boa pré-temporada no Centro de Excelência em Performance. O clube enquadrou o jogador nos investimentos com pagamento de luvas e salário e não o vê como caro, mas entende que pode dar mais retorno.
Outro que não vingou foi Geuvânio. Oriundo da China, o atacante também não teve sequência e caiu de rendimento nos treinamentos. Com vínculo até o fim de 2018, ele será submetido a treinamento físico específico para ser um dos reforços sem custo na temporada, apesar do alto salário.
Profissionais em análise
Com a régua da expectativa ainda mais alta para a Libertadores do ano que vem, o Flamengo começa a temporada 2018 já sob pressão. As carências em campo já foram mapeadas pelo departamento de futebol, mas mudanças entre os profissionais estão em análise.
Os nomes do gerente Mozer, do psicólogo Fernando Gonçalves e do preparador de goleiros Victor Hugo estão sobre a mesa e a saída é possível. O diretor Rodrigo Caetano deve atender a pedidos do técnico Reinaldo Rueda para a chegada de peças para sua comissão técnica. São hoje até dez pessoas do futebol decidindo sobre o planejamento.
O Flamengo se apresenta no dia 14 de janeiro, mas a expectativa é que alguns jogadores que não vinham atuando retornem antes. Especialmente os jovens que voltam de empréstimos e os formados no clube. A estreia no Estadual é no dia 17 de janeiro contra o Volta Redonda, fora de casa, pelo Campeonato Carioca, com time certamente reserva.
Fonte: https://oglobo.globo.com/esportes/flamengo-nao-fara-altos-investimentos-em-2018-22193870
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