Flamengo, Palmeiras e Atlético-MG oferecem maneiras diferentes de como transformar o alto poder de investimento em resultado no futebol. Os três times, semifinalistas, são favoritos ao título da Libertadores e de todos os outros campeonatos que disputarem até o fim da temporada. Promovem uma das maiores concentrações de renda e talento não apenas no Brasil, como em toda América do Sul. Mais do que um duelo em campo, trata-se de uma disputa de estilos na forma de gerar e gastar dinheiro.

Primeiro a chegar mais recentemente ao topo da montanha financeira, com o patrocínio robusto da Crefisa, o Palmeiras optou por construir seu elenco olhando principalmente para o mercado interno e para jogadores ainda em evolução. Foi importante para criar um grupo de longa duração e enfraquecer os adversários domésticos. Foi com essa estratégia que contratou Luan, Lucas Lima, Gustavo Scarpa, Zé Rafael, Raphael Veiga e Rony.

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O Flamengo veio na sequência com estilo diferente. A revolução financeira iniciada em 2013 e consolidada somente em 2019 trouxe recursos em abundância, que foram gastos com a chegada de medalhões. Nos últimos três anos, o valor investido em contratações de jogadores foi quase o dobro do investido por Palmeiras e Atlético-MG no mesmo período.

Diferentemente do Palmeiras, que olhou muito a oportunidade de negócio local, o rubro-negro optou mirar o mercado europeu, com três compras vultuosas: Gabigol (que veio do Santos, mas pertencia à Internazionale), Gerson e Pedro. Antes, Vitinho havia sido a primeira tentativa.

Tantos astros juntos têm a consequência natural de frear o aproveitamento de jogadores formados no clube. No time-base atual do Flamengo, não há espaço para garotos do Ninho do Urubu. Em comparação, o Palmeiras têm três pratas da casa nos titulares: Renan, Danilo e Wesley. Isso pode fazer a diferença à favor do Palmeiras a longo prazo, gerando mais receitas com a venda desses talentos.

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O último a chegar a esse lugar ocupado por Flamengo e Palmeiras, não por coincidência, os dois últimos campeões da Libertadores, foi o Atlético-MG, com o aumento substancial de recursos provenientes de investidores, desde o ano passado. A principal estratégia dos mineiros tem sido diferente: não se voltou tanto nem para o mercado interno e nem para o futebol europeu. A ação predatória do Galo ocorre especialmente no mercado sul-americano. Foram oito reforços contratados de clubes de países vizinhos desde 2019, incluindo Zaracho, o mais caro de todos, autor de uma verdadeira pintura na vitória sobre o River Plate por 3 a 0, que valeu a vaga para encarar o Palmeiras na semi.

Característica comum entre os três, e que ajuda a explicar o domínio que gozam hoje, eles funcionam como porto seguro para astros veteranos livres no mercado, ainda diferenciados para o futebol brasileiro. São os casos de Filipe Luís, Felipe Melo, Hulk e Diego Costa.

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Premiações milionárias

O futebol tem como característica operar a favor do estabelecimento de dinastias. Quem ganha mais gera mais dinheiro, que é usado para fortalecer o futebol e assim seguir ganhando. Flamengo e Palmeiras já operam dentro dessa roda há algum tempo e o Atlético-MG tenta se inserir nela depois do forte grupo que montou nessa temporada.

Cada um acumula R$ 40 milhões de premiação por terem chegado à semifinal da Libertadores. Flamengo e Atlético-MG estão nas quartas de final da Copa do Brasil e são os favoritos para o título — o campeão levará no total R$ 69,4 milhões.

No Brasileiro, ainda na 16ª rodada, o Atlético-MG lidera, o Palmeiras é o segundo e tudo indica que o Flamengo encostará na dupla para também tentar ser campeão. Quem terminar a competição em primeiro vai embolsar R$ 33 milhões.