A reapresentação do Flamengo, um dia depois de carimbar a vaga na fase de grupos da Libertadores via Brasileiro, foi na correria para viajar à Argentina, onde começará a disputar a final da Copa Sul-Americana, amanhã. Com a classificação assegurada, foi marcada para o próximo dia 12 a votação do orçamento para 2018. Nele, estão previstos cerca de R$ 17 milhões (€4,5 milhões) em recursos para investir no time que vai disputar novamente o torneio internacional. Com um valor alto comprometido para quitar a compra de atletas do elenco atual, cerca de R$ 40 milhões, a diretoria planeja vender jogadores para reforçar e manter o grupo.
Dos atletas à disposição, o clube espera oferta por alguns que não emplacaram nesta temporada, como o goleiro Alex Muralha, o zagueiro Rafael Vaz, o volante Rômulo e o meia Mancuello, por exemplo, mas o montante principal deve vir de eventuais negociações de jovens. Felipe Vizeu, Lucas Paquetá e Lincoln estão valorizados e na vitrine internacional. A chegada de um zagueiro e dois atacantes é a prioridade. O veterano Juan ainda vai renovar.
Os valores do orçamento serão debatidos em reunião marcada no Conselho de Administração. Lá também será votado um novo modelo de programa de sócio-torcedor, para aumentar a arrecadação na Ilha do Urubu e no Maracanã.
Na véspera, dia 11, o clube se reúne no Conselho Deliberativo para tentar aprovar a venda do edifício do Morro da Viúva para investir no novo Centro de Treinamento. Apesar da resistência, a expectativa é de aprovação e entrada de R$ 26 milhões iniciais para a obra.
As bases para o Flamengo em 2018 serão decididas junto com o fim da temporada. O time chegou ontem a Buenos Aires com quase todo o elenco, à exceção do argentino Conca, que está de saída e deve voltar à China. O zagueiro Réver viajou normalmente, mas ainda é dúvida, após nova lesão. O atacante Everton, também. O grupo treina hoje no CT do Boca Juniors para o jogo de amanhã, e o técnico Reinaldo Rueda saberá com quem poderá contar.
Paolo Guerrero continua fora. Um mês depois da suspensão preventiva aplicada pela Fifa, estendida por mais dez dias ontem, o Flamengo cumpre normalmente os compromissos enquanto aguarda o desfecho do julgamento sobre o doping. A previsão é que o resultado saia esta semana, junto com o salário de novembro do jogador na conta.
Se Guerrero receber apenas uma advertência (o que é considerado difícil de acontecer), o Flamengo pretende acionar a Federação Peruana de Futebol, até agora a única responsabilizada pela possível contaminação com o metabólito de coca encontrado no chá que ele ingeriu.
Em caso de punição rígida — a defesa do jogador admite uma suspensão de dois anos —, a rescisão amigável do contrato entre clube e centroavante é o caminho estudado pela diretoria. Guerrero tem contrato com o Flamengo até agosto de 2018 e já conversava sobre a renovação do vínculo. A negociação, contudo, congelou.
No clube, há um certo otimismo. No melhor dos cenários — uma advertência que o mantenha suspenso pelo total de 60 dias —, não haverá necessidade de distrato. No momento, o Flamengo avalia em que instância poderia reaver o salário pago ao atleta por um mês não trabalhado. Mas o prejuízo maior seria não tê-lo na final da Sul-Americana. O peruano voltou a treinar no Ninho do Urubu e será preparado para o jogo até a decisão da Fifa sair.
A rescisão de contrato está prevista no acordo entre jogador e clube e é padrão para vínculos com os atletas, sem prejuízo ao clube. Guerrero ainda corre o risco de ficar fora da Copa do Mundo e não ajudar a seleção do Peru na Rússia.
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