Eles são de posições diferentes, têm estilos opostos, mas dividem algo em comum: a fama de carrasco dos rivais. Para conquistar a torcida no futebol, ser "o cara" nos clássicos já é meio caminho andado, e nisso Nenê e Bruno Henrique vêm mostrando vocação.
Enquanto o rubro-negro foi o "Rei dos Clássicos" do Brasil em 2019, o tricolor começou o ano em alta e ameaça tomar a coroa. No primeiro encontro de 2020, eles travam um duelo à parte no Fla-Flu desta quarta, às 20h30 (de Brasília), no Maracanã, pela semifinal da Taça Guanabara.
Craque da última Libertadores, o atacante vem de uma temporada mágica pelo Flamengo, quando se tornou o "terror" dos rivais: foram 11 gols em 13 jogos, o melhor desempenho em clássicos do país. Só que enquanto o rubro-negro curtia férias atrasadas devido à disputa do Mundial de Clubes…
… O meia tricolor aproveitou a ausência do "rei" de 2019 para se candidatar ao posto em 2020 com três bolas na rede em duas partidas, com direito a golaços de calcanhar e um "sem-pulo" contra Flamengo e Botafogo, respectivamente. Agora, é hora do "vamos ver".
Reinado no Flamengo
O "título" de "Rei dos Clássicos" foi fruto da melhor temporada da carreira de Bruno Henrique. Antes de chegar ao Flamengo, o atacante de 29 anos passava longe de ser considerado "terror dos rivais". Pelo Santos, por exemplo, disputou 13 clássicos entre 2017 e 2018 e não marcou nenhum gol.
A maré mudou quando desembarcou na Gávea no ano passado. Logo em sua estreia com a camisa rubro-negra, marcou dois sobre o Botafogo. E de lá para cá não parou mais de estufar as redes dos rivais. Depois dos 11 gols no ano passado, o atacante reestreia em clássicos em 2020 nesta quarta-feira.
E nos clássicos contra o Fluminense, Bruno Henrique tem bom retrospecto: em seis confrontos, marcou três gols e obteve três vitórias, dois empates e apenas uma derrota. Atacante de grande velocidade, ele é a força do Flamengo pelo lado esquerdo, mas também pode atuar como "falso 9".
Oposição no Fluminense
Apesar da experiência de seus 38 anos, o posto de carrasco dos rivais é novidade para Nenê. Em apenas dois clássicos disputados este ano, o meia já igualou sua melhor marca dos últimos anos, que até então era de 2017, quando ainda atuava pelo Vasco e marcou três gols em 13 partidas. Na ocasião, ele estufou as redes uma vez contra cada um dos principais adversários do Cruz-Maltino.
Desde que voltou ao Brasil, em 2015, Nenê inclusive chegou a passar duas temporadas sem marcar em clássicos – casos de 2016, também como jogador vascaíno, e 2019, como atleta do São Paulo e, depois, do Fluminense. Nas Laranjeiras, o meia vai tomando o gosto de fazer gols em cima dos rivais, seja atuando como armador ou mais adiantado, como "falso 9".
Mas quando o assunto é Flamengo, o histórico de Nenê é um pouco mais animador. Além do gol de calcanhar do último Fla-Flu, o meia ficou dois anos sem perder um Clássico dos Milhões quando chegou ao Vasco. Seu retrospecto contra o Rubro-Negro é: pelo Cruz-Maltino, de quatro vitórias, cinco empates e duas derrotas; e pelo Tricolor de, por enquanto, uma vitória e uma derrota.
Por terminar a fase de grupos com a melhor campanha, o Fluminense de Nenê tem a vantagem do empate no Fla-Flu de logo mais, mas o Flamengo conta com sua afiada dupla de ataque com Bruno Henrique e Gabigol para reverter a situação. E aí, quem vai "destronar" quem?