Comparar o futebol brasileiro com o da Europa é sempre muito complicado, mas a gente não está aqui para ficar falando só o “feijão com arroz”, né? O Flamengo anunciou a permanência de Gabigol – Rei da América de 2019 – quase que ao mesmo tempo em que a Inter de Milão confirmou a contratação de Eriksen junto ao Tottenham. Movimentação intensa no mercado entre os continentes, mas a ligação da transação de Gabigol com o Velho Continente não para por aí. Pelo menos não para nós aqui.
Na ponta do lápis, o Rubro-Negro desembolsou nada menos que 17 milhões de euros (cerca de R$ 79 milhões) para contratar seu artilheiro em definitivo. Para colocarmos numa perspectiva do movimento do Fla no mercado, o jovem Erling Haaland assinou com o Borussia Dortmund por 20 milhões de euros (R$ 92 milhões). Faixas similares para atacantes canhotos que já mostraram que têm poder de decisão.
Autor de incríveis 28 gols em 22 jogos disputados com o Red Bull Salzburg em 2019/20 – sendo oito deles na Champions League -, o centroavante era disputado por Manchester United e Juventus, mas acabou fechando com os alemães. Com direito a hat-trick em sua estreia, Haaland, de 19 anos, pareceu um investimento que também visa uma venda futura. Mas por ora será bastante aproveitado no presente. Menos de um mês depois de sua chegada, seu valor já está avaliado em 45 milhões de euros segundo o site Transfermarkt. O teto para evoluir é bem difícil de medir. Qual o seu limite? Como se comportará nos primeiros duelos decisivos de sua carreira continental quando a Champions voltar? O tempo nos manda aguardar um pouco para cravar, apesar dos claros sinais.
Como assim o Borussia pagou 20 milhões de euros no Haaland e o GABIGOL foi 17 milhões, tá de sacanagem, Gabigol virou ídolo aqui no Flamengo, meteu muito gol, mais porra Haaland é um dos melhores centroavante do mundo e custou 3 milhões a mais de euros, meu Deus
— Hery (@Henry_Syl) January 28, 2020
Voltando a Gabigol, a ideia da diretoria flamenguista parece bem diferente da dos alemães com o seu novo contratado. Mais velho que o norueguês (fará 24 em 2020), o camisa 9 fica na Gávea para se tornar ainda mais ídolo. Talvez até ocupar um espaço vago, perto de Zico, um Deus para a torcida. A aposta é mais nesse caminho do que pensando no futuro financeiro da transação. O dinheiro usado seguramente manda uma mensagem de prestígio ao atleta e um alerta aos rivais brasileiros.
Os movimentos do Fla nesta janela foram com uma precisão europeia. As cifras, pelo visto, também. Com 43 gols na temporada de sonhos da equipe, Gabigol já é uma certeza na realidade brasileira. Vale todo o investimento? Na realidade segura que vive o clube, com toda certeza.
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