Qualquer análise sobre melhor ou pior seria precoce com apenas um jogo, mas uma coisa ficou evidente na atuação diante do América-MG: um Flamengo diferente sem Diego. A ligação com o ataque foi mais veloz e as bolas aéreas reduziram. Nada, porém, que encantasse ou convencesse o torcedor de uma evolução na ausência do meia, que voltará ao time diante do Santa Fe, quarta-feira, caso se recupere de lesão muscular na coxa.
A expectativa da comissão técnica é de que Diego siga com a delegação para Bogotá na manhã desta segunda-feira para dar continuidade ao tratamento intensivo visando a partida decisiva pela Libertadores. Muito cobrado após o tropeço em casa, o camisa 10 ainda é o maior “carimbador” de jogadas da equipe, que com ele levou mais perigo ao adversário nas últimas partidas.
Bolas levantadas por jogo:
Botafogo: 31
Santa Fe: 25
América-MG: 11
Finalizações:
Botafogo: 18
Santa Fe: 15
América-MG: 14
É verdade que a demora para tomada de decisão em certos momentos atrasa jogadas de um Flamengo que parece ser desenhado para explorar a velocidade da seus pontas. Bolas esticadas para Vinícius Júnior e passes em profundidade de Paquetá – que atuou na função de Diego – resultaram nos lances de maior perigo contra o Coelho, por exemplo.
Chances reais:
Botafogo: 4
Santa Fe: 10
América-MG: 4
O número de cruzamentos na área, entretanto, representa a mudança mais fácil de ser percebida. Diante do Botafogo, na semifinal do Carioca, e contra o Santa Fe, Diego sozinho levantou, em cada, mais bolas do que todo o time do Flamengo contra o América-MG: 12 x 11. Contra o Vitória, o número foi menor, mas ele seguiu sendo quem mais apelou para o recurso quatro em nove.
A mudança de estilo, porém, não representou para o Flamengo um futebol melhor. Por mais que tenha vencido, a equipe não demonstrou consistência e viu o América-MG mais presente no campo ofensivo na maior parte do tempo. Aí, entram os números que jogam a favor de Diego. Com ele, o Rubro-Negro finalizou mais e criou mais chances reais.
Na derrota para o Botafogo, ninguém teve mais a bola do que o meia: foram 60 passes, com 90% de acerto. A equipe finalizou 18 vezes contra 14 diante do Coelho, mas abusou do chuveirinho: 31. Curiosamente, porém, o melhor desempenho vem justamente da partida em que Diego foi mais criticado.
Mais do que a assistência para o gol de Henrique Dourado, o camisa 10 foi efetivo nas jogadas ofensivas e colaborou bastante para que o Flamengo tivesse 15 finalizações, com dez chances reais de gol, no empate com o Independiente Santa Fe. Com tabelas pelo meio, desperdiçou duas boas chances – uma em cada tempo – e viu-se no centro das cobranças ao errar passe que resultou no empate colombiano.
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