O Rio de Janeiro registrou o dia mais quente do ano na última quinta-feira (16). Por isso, o Flamengo aproveitou para fazer um experimento em tom de crítica aos gramados artificiais. O clube mediu as temperaturas dos campos do Ninho do Urubu com pisos naturais e fez comparação com os sintéticos, com grande diferença nos resultados. Enquanto os primeiros bateram 45 graus, os solos usados para jogos society chegaram a 70ºC.
Recentemente, o vice-presidente de futebol do Flamengo, Marcos Braz, fez fortes críticas aos gramados artificiais de Botafogo, Palmeiras e Athletico-PR. O dirigente chegou a dizer que, nesses estádios, “outro esporte” é praticado. Porém, mais um cartola rubro-negro subiu o tom após o experimento realizado no Ninho do Urubu.
— Bem, esse é só mais um dos problemas dos gramados sintéticos. Não à toa, as cinco principais ligas do mundo não utilizam esse tipo de gramado. A liga holandesa, por exemplo, está revertendo aqueles que têm. E o Brasil, como um país tropical, sofre ainda mais que os outros — disse o CEO do Flamengo, Reinaldo Belotti, em entrevista ao ‘GE’.
— Imagine jogar uma partida de futebol em um gramado com essa temperatura, às quatro horas da tarde, em um verão intenso como esse nosso do Brasil. Isso destrói chuteiras, essa temperatura. Não é no sentido figurado, destrói mesmo, desmonta as chuteiras. E, em consequência, os pés dos atletas ficam expostos a queimaduras — acrescentou Belotti.
O Flamengo jogou quatro vezes nos gramados sintéticos em 2023 e obteve bom aproveitamento. Na Arena da Baixada, foi uma vitória (Copa do Brasil) e uma derrota (Brasileirão) contra o Athletico-PR. No Allianz Parque, empate em 1 a 1 com o Palmeiras. Por fim, triunfo por 2 a 1 sobre o Botafogo, no Engenhão. No entanto, o Rubro-Negro segue firme contra os pisos artificiais.
— A reversão dos gramados sintéticos e a predominância dos gramados naturais é a realidade das maiores ligas do mundo que são referências para nós. Por isso, o futebol brasileiro, ao dar predominância para os gramados naturais, trabalha para melhorar não só sua estrutura, mas seu produto e sua realidade como um todo — encerrou Belotti ao GE.
A Liga Holandesa de Futebol anunciou, em julho, a proibição dos gramados 100% artificiais no campeonato local. Entre outros argumentos utilizados, a federação afirmou que há maiores riscos de lesões e até a possibilidade de desenvolvimento de câncer de pele.
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