Guardiola critica responsáveis pelas demissões em massa de treinadores no Brasil: ‘Os dirigentes deveriam ser demitidos’

O Brasil é amplamente reconhecido como um país onde os técnicos frequentemente dispõem de pouco tempo para desempenhar suas funções. Não é surpreendente, portanto, que 20 treinadores tenham sido desligados na temporada de 2024, na Série A do Campeonato Brasileiro. Diante desse cenário, Pep Guardiola, treinador do Manchester City (ING), identificou os responsáveis pela instabilidade nas equipes.

No Brasil, foram 20 treinadores demitidos? No Brasil? Impossível. Impossível. É impossível. No meu primeiro ano no City, não conquistei nenhum título. Se tivessem me demitido, não teríamos vivido esses 8 ou 9 anos como vivemos. Os clubes precisam compreender que, quando enfrentam uma temporada com 3 ou 4 treinadores, o problema está em quem optou por esses profissionais -, afirmou Guardiola, antes de concluir:

Portanto, deveriam demitir os dirigentes. Ao escolher um treinador, é necessário estar ciente de que pode haver vitórias ou derrotas, mas isso ocorre por um motivo: as ideias desse treinador devem estar alinhadas com as suas, para que ele possa se adaptar ao seu elenco -, acrescentou.

Ademais, Guardiola ressaltou que os dirigentes das instituições brasileiras devem refletir sobre as escolhas que fazem ao contratar treinadores. O técnico do Manchester City ainda mencionou que todos estão ‘mal-educados’ em relação a esse tipo de mentalidade no futebol.

As casas são construídas ao longo do tempo, não em 3 dias. Afinal, apenas um vence. Assim, os outros 19 da Liga Brasileira são considerados fracassados e ruins? Estamos muito mal-educados em todo o mundo com a ideia de que apenas quem conquista triunfos é bem-sucedido. Isso se aplica a diversas áreas, não apenas ao esporte, mas também à política. Precisamos refletir um pouco mais. A razão por trás da contratação é uma pergunta que cabe aos dirigentes brasileiros -, concluiu.

O treinador que recebeu o maior valor do Flamengo nos últimos seis anos devido a uma demissão foi Vítor Pereira. O português permaneceu menos de seis meses à frente do Rubro-Negro na temporada de 2023 e custou R$ 15 milhões ao deixar o clube. Na segunda posição está Domènec Torrent, com um valor de R$ 11,4 milhões.

Tite ocupa a última posição no ranking dos treinadores que mais receberam após demissões no Flamengo, superando apenas Dorival Júnior, Jorge Jesus, Abel Braga e Renato Gaúcho, que deixaram o clube sem custos.

Abel Braga: saída sem custos; Jorge Jesus: saída sem custos; Domènec Torrent: R$ 11,4 milhões; Rogério Ceni: R$ 3 milhões; Renato Gaúcho: saída sem custos; Paulo Sousa: R$ 7,7 milhões; Dorival Júnior: saída sem custos; Vítor Pereira: R$ 15 milhões; Jorge Sampaoli: R$ 9,5 milhões; Tite: R$ 2,7 milhões.

Publicado em colunadofla.com

Share this content: