O Liverpool de Jürgen Klopp vai desembarcar em Doha com uma coleção de marcas. Sua campanha no Campeonato Inglês, com 15 vitórias e um empate nas 16 primeiras rodadas, é recorde na era moderna da competição; assim como as 17 vitórias seguidas, sequência iniciada na última temporada e interrompida no empate diante do Manchester United, é um recorde do clube.
Como bater esta equipe que só perdeu três de seus últimos 51 jogos oficiais? O mundo do futebol vem tentando responder. E a temporada atual mostra os dilemas impostos aos desafiantes.
Quando este time começou a impressionar, muito se falava do trio ofensivo: Salah, Mané e Firmino. Rivais tentaram concentrar a marcação neles e defender muito atrás. O Liverpool, primeiro, evoluiu no jogo contra defesas fechadas. Depois, fez surgir uma dupla de laterais assombrosos. Em especial Trent Alexander-Arnold, o lateral-direito, recordista de assistências na Inglaterra.
Outros defenderam que o segredo era a dinâmica do trio de meias, com Fabinho — lesionado, não vai ao Mundial — Henderson e Wijnaldum.
Mas as últimas rodadas jogaram por terra as teorias. Diante do Bournemouth, o Liverpool atropelou sem Arnold, Fabinho, Mané e Wijnaldum. Dias antes, goleara o Everton sem Salah e Firmino.
A reta final para o Mundial viu o time de Klopp perder, além de Fabinho, o zagueiro Matip. No último sábado, Lovren, outro zagueiro, virou dúvida. A defensa do Liverpool passa a depender ainda mais do holandês Van Dijk, o melhor zagueiro do mundo que, além de desarmar, resolve jogos no ataque. Este Liverpool tem muitas armas.
Por mais claras que sejam as chances eventualmente desperdiçadas por jogadores de talento como Mohamed Salah, nomes desse quilate estão sempre prestes a apresentar um item valioso de seu repertório. Foi assim no triunfo do Liverpool, fora de casa, sobre o RB Salzburg. A classificação para as oitavas de final da Liga dos Campeões se confirmou com uma vitória por 2 a 0 que teve como obra-prima a finalização do atacante egípcio no segundo gol dos ingleses. Mais um alerta para quem acha que pode ser simples encarar o time de Jürgen Klopp no Mundial de Clubes.
O Liverpool avança ao mata-mata em primeiro do Grupo E, deixando o Napoli em segundo. Para o atual campeão, a colocação é importante para evitar adversários mais complicados na próxima fase.
Da parte de Salah, o lance de genialidade veio no segundo tempo. Por mais que estivesse cara a cara com o goleiro Stankovic, a opção foi dar um tapa para o lado direito na execução do drible. Para um canhoto, isso poderia ser um grande problema. Sobretudo porque o atacante ficou praticamente sem ângulo. Mas Salah tirou da manga uma carta improvável. A finalização de pé direito teve um efeito estonteante. Alto grau de dificuldade. A bola terminou na bochecha direita do gol do RB Salzburg.
Classificado, o atual campeão europeu e líder do Campeonato Inglês espera agora o sorteio para saber quem enfrentará nas oitavas de final da Liga dos Campeões.
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