Talvez o duelo entre Flamengo e Corinthians mais importante da história dos clubes. Ou pelo menos era assim que deveria ser. Há dez anos, mais especificamente em 28 de abril de 2010, rubro-negros e alvinegros se enfrentavam internacionalmente pela primeira vez, válido pelo jogo de ida das oitavas de final da Copa Libertadores. Porém, muito mais que dois escudos pesados, o confronto girava em torno de dois ídolos do esporte: Adriano Imperador e Ronaldo Fenômeno.

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Estrelas de Flamengo e Corinthians, respectivamente, e também da seleção brasileira, os centroavantes duelavam como adversários pela primeira vez na carreira. E, mesmo longe de estarem em suas formas físicas ideais, traziam simbolismo para o confronto: Adriano, recém campeão brasileiro, queria mostrar para Dunga que poderia ser convocado para a Copa do Mundo daquele ano. Já Ronaldo, contratado para ser a estrela da reformulação corintiana, queria mostrar que poderia render em alto nível no Brasil.

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Além disso, havia muita pressão em cima dos dois clubes. O Flamengo amargava eliminações recentes e duras em Libertadores, contra Defensor (2007) e América do México (2008), e via competição se transformar em um tabu. Já o Corinthians via os rivais zombarem por ser o único clube da capital paulsita que nunca havia conquistado o torneio. Até música era cantada para ironizar.   

Dentro de campo, melhor para Adriano. O Flamengo atuou com um jogador a menos durante boa parte do segundo tempo, mas viu o Imperador marcar de pênalti o gol que fez explodir os mais de 70 mil presentes no Maracanã e deu a vantagem rubro-negra para o jogo de volta. Ronaldo, que seria substituído no final do segundo tempo, foi vaiado por ter escolhido o Corinthians – e não o Flamengo, que tentou a sua contratação – ao voltar ao Brasil.

Adriano marca para o Flamengo Foto: Fernando Maia / Foto Fernando Maia / Agência O Globo

Uma semana depois, no Pacaembu, o Corinthians venceu por 2 a 1 e Ronaldo marcou contra o seu clube do coração, mas o gol salvador de Vagner Love levou o Flamengo para as quartas de final. No entanto, não passou daí. A eliminação para a Univerisdad de Chile na fase seguinte encerrou o sonho do bicampeonato rubro-negro.

Mas, e Ronaldo e Adriano? Pois bem, o Imperador não manteria a boa forma, não chegou à Copa do Mundo e foi negociado para a Roma naquele mesmo ano. Posteriormente, retornaria ao Cornthains para ser campeão brasileiro novamente, mas sem o mesmo brilho dos tempos de Flamengo. Já o Fenômeno se aposentadoria em 2011, mas deixou um legado financeiro no clube paulista que o fez atingir o status de campeão mundial em 2012.