O ídolo do Flamengo, ao relembrar momentos marcantes de sua carreira, afirmou: _’Antes, já tinha chamado os dois capitães, falaram que era próxima pancada por trás expulsar, eles não acreditaram. O de 87 teve um sabor especial, porque foi difícil. Timaço também que a gente tinha, com Zé Carlos, Jorginho, eu, Edinho, Leonardo, Andrade, Ailton, Zinho, Zico, Bebeto e Renato Gaúcho. Você vê que daí quatro jogadores foram os campeões do mundo em 94 (com a Seleção). Jogaço. Fizemos 2 a 0, os caras empataram e pressionaram e o Renato arrumou aquela arrancada lá. Muito emocionante. Então, acho que 87 marcou mais, embora tenhamos sido campeões de 81 da Libertadores. Mas 87 marcou mais’_
No primeiro título brasileiro do Flamengo, conquistado em 1980, Leandro fazia parte do elenco, embora não tenha sido convocado para a final. Contudo, o lateral esteve presente no Maracanã, apoiando seus colegas. Na primeira partida da decisão, o Flamengo foi derrotado por 1 a 0, no Mineirão, mas obteve a vitória na partida de volta, com um placar de 3 a 2.
Durante a Libertadores de 1981, ocorreu um famoso jogo em que o Atlético-MG provocou expulsões, resultando no término do confronto antes do fim do primeiro tempo. Esse embate foi crucial para definir quem avançaria da fase de grupos. Em 87, as equipes se enfrentaram novamente na semifinal, e o Peixe-Frito foi considerado o favorito. Em todas as três competições, o Flamengo saiu vitorioso.
Leandro comentou sobre as dificuldades enfrentadas pelo Flamengo neste ano: _’Acho que o Flamengo encontrou muitas dificuldades esse ano. Um excelente plantel, mas muita contusão, uma atrás da outra, com jogadores importantes, convocações para a seleção, que foram vários jogadores, não é só o Brasil, como também Chile, Uruguai… Muitas dificuldades que o Flamengo encontrou. Enquanto isso, o Flamengo agora que deu uma melhorada, com a mudança, com esse ânimo que deu aí, essa injeção que deu com o Filipe Luís. Eu acho vai ser um grande treinador, eu gosto muito dele, um cara superinteligente, flamenguista doente, tem que dar tempo para o garoto aí’_
Ele também ressaltou: _’Mas está com muitas dificuldades, e o Flamengo estava caindo, e os outros times estão crescendo, o Atlético está embalado aí, só jogos bons. Time tarimbado, time de veteranos também mesclado, mas Flamengo é Flamengo. Vamos ver o que vai dar, sou mais o Flamengo ainda, já ganhamos muito em cima deles, vamos manter essa escrita aí, se Deus quiser’_
Leandro expressou sua preocupação com a escassez de laterais: _’Há uma carência muito grande já há algum tempo de laterais, tanto direito quanto esquerdo. Na nossa época, a minha geração era uma abundância danada, dos dois lados, direito e esquerdo. De oito, escolhia qualquer um que podia jogar na seleção brasileira. É difícil, eu não sei nem explicar. Já me perguntaram tanto por que não existe mais laterais como antigamente. Acho que é difícil explicar, isso aí eu acho que é safra mesmo, tem que esperar. Gosto muito do Wesley, sempre falei bem dele, o Varela também, jogador mais firme na marcação, jogador mais experiente, de seleção, mas sempre gostei muito do Wesley’_
Ele comentou ainda sobre o jogador: _’Só no início achava ele muito afoito, vacilando muito na marcação, tinha que se preocupar um pouco mais. Você tem que marcar e depois você tem que atacar, mas como ele tem um pulmão extraordinário, uma vitalidade imensa, cara. O garoto quer sair atacando. Sem o juiz apitar o início do jogo, acho que ele já queria estar atacando (risos). Mas ele está ficando mais consciente, está ficando mais seguro na marcação, que é um bom lateral. Tem tudo para subir e crescer cada vez mais’_
Sobre as decisões em casa, ele afirmou: _’Tem gente que acha que a primeira em casa é melhor, porque aí você faz dois, três a zero logo, mas quando você faz, né? Quando você não faz, vai decidir na casa do adversário. A gente, aquele grupo todo, gostava de decidir em casa. Em casa era Maraca, casa cheia, dificilmente o Flamengo perdia, cara. Embora a gente tivesse ganho também alguns campeonatos por fora, foi o caso do Brasileiro de 82, chegamos lá no Sul contra o Grêmio’_
Leandro finalizou dizendo: _’Mas em casa pra mim é melhor, eu acho sempre melhor, porque se consegue um resultado, um empate, um a zero lá, você tem chance de virar aqui. Isso aconteceu contra o Santos na final de 83, que nós perdemos de 2 a 1 lá, e chegou no Maracanã, metemos 3 a 0, casa cheia, 170 mil pessoas, um gol logo no início, aí desequilibra’_
Publicado em colunadofla.com
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