RIO — O técnico Jorge Jesus se referiu ao duelo contra o Internacional, nesta quarta-feira, no Beira Rio, como "um jogo para mudar a história do Flamengo". Pode soar exagerado para quem já conquistou o título em 1981, mas a chance de retornar para uma semifinal de Copa Libertadores após 35 anos não marca apenas o clube, mas toda uma geração de rubro-negros.
Muitos não viram aquela campanha feita em 1984, mas os números frios não conseguem transmitir aquilo que representam. Para exemplificar, basta uma comparação: de todos os jogadores registrados no elenco atual do Flamengo, nenhum era nascido quando o clube disputou a sua última semifinal de Libertadores.
Coincidentemente, todos do quarteto mais experiente têm 34 anos. Diego Ribas, o mais velho, nasceu em 28 de fevereiro de 1985, seguido de Diego Alves, em 24 de junho, de Filipe Luís, em 9 de agosto e de Rafinha, nascido em 7 de setembro. Apenas o primeiro estava na barriga da mãe quando o Flamengo foi eliminado após empatar sem gols com o Grêmio, no jogo extra de desempate daquela Libertadores em 19 de julho de 1984. O Independiente, da Argentina, seria o campeão.
Há 35 anos, o formato da Libertadores dividia 20 clubes em cinco grupos com dois integrantes de cada país. Os líderes avançavam às semifinais e se juntavam ao campeão da edição anterior — formando outros dois grupos com três participantes. Os primeiros colocados avançam à decisão e se enfrentavam em duelos de ida e volta. Antes de 1984, o Flamengo já havia chegado neste estágio em 1982 e 1981 — onde acabou campeão.
A base daquele Flamengo estava escalada com Fillol; Leandro, Guto, Mozer e Adalberto; Andrade, Adilio, Tita, Eder; Bebeto e João Paulo. O time era comandado por Zagallo, que manteve a base campeã brasileira em 1983, mas não contava com Zico, que estava na Udinese, da Itália. Antes do início das semifinais, Júnior se despediria do clube ao ser vendido ao Torino, também da Itália.
De lá para cá, o Flamengo parou três vezes nas quartas de final. Em 1991, eliminado pelo Boca Juniors dentro da Bombonera. Em 1993, queda para o São Paulo no Morumbi. Em 2010, foi a vez da Universidad de Chile impedir o sonho em Santiago. Caso o Internacional queria aumentar essa estatística, precisará vencer por 3 a 0 no tempo regulamentar. Novo 2 a 0 leva a disputa para os pênaltis.
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