Ser ‘Rei da América’ é um feito para poucos. Atualmente, o posto pertence a Gabigol, do Flamengo, que venceu a eleição após a conquista da Libertadores de 2019. Mas tão difícil quanto chegar ao topo é se manter nele. Quem sabe bem disso é Miguel Borja, do Junior Barranquilla, vencedor em 2016. Nesta quarta-feira, o detentor da coroa e o ex-dono se encontrarão na Libertadores vivendo momentos totalmente distintos.
Pode não parecer, mas Borja já foi o melhor jogador da América do Sul. Campeão com o Atlético Nacional, o colombiano levou o prêmio superando nomes como Gabriel Jesus e Alejandro Guerra. Muito pelos gols decisivos na semifinal, contra o São Paulo, e final, contra o Independiente del Valle, que o tornaram a contratação mais cara da história do Palmeiras. Cenário parecido com o vivido por Gabigol.
Borja em 2016
- Jogos: 27
- Gols: 17
- Títulos: 2
O camisa 9 do Flamengo levou o prêmio após brilhar na conquista da Libertadores de 2019 — inclusive, marcando os gols do título contra o River Plate na decisão. A coroa veio após desbancar os companheiros Bruno Henrique e Arrascaeta na votação. Se a Europa não apareceu como uma opção de mercado, o Flamengo desembolsou uma fortuna para contratá-lo em definitivo e torná-lo a mais cara da história do futebol brasileiro.
Gabigol em 2019
- Jogos: 59
- Gols: 43
- Títulos: 3
Mas as semelhanças param por aí. As decisões dos atacantes os levam para caminhos diferentes e Borja é um exemplo do que Gabigol não deve fazer em seu reinado. O colombiano sentiu a falta de adaptação no Palmeiras e, apesar de conquistar títulos, foi duramente criticado. A situação ficou tão insustentável que o atacante pediu para ser negociado no final de 2019. O Junior Barranquilla, clube do coração, abriu as portas.
Poderia ter acontecido o mesmo com Gabigol, mas o camisa 9 sempre deixou claro para a Inter de Milão, clube que detinha os seus direitos, o desejo de permanecer no Flamengo. Amado e idolatrado, a escolha já trouxe resultados: autor de nove gols em 2020, faz a largada mais goleadora da carreira. Do auge para a reconstrução, um mini tira-teima entre os atacantes será feito em Barranquilla.
Na análise individual, Gabigol e Borja se enfrentaram duas vezes com uma vitória para cada lado. Em 2016, nos Jogos Olímpicos do Rio, o rubro-negro levou a melhor na vitória do Brasil sobre a Colômbia, nas quartas de final. Já o ex-palmeirense superou o então santista Gabigol no Brasileirão daquele ano.