No Flamengo, a passagem que mais marcou. Rubro-negro convicto e declarado, vestiu a 10 que um dia foi do ídolo, Zico. No Santa Cruz ficou quatro meses. A missão tinha um lado especial: realizar o sonho do pai. Iranildo, meia de muita habilidade na perna direita, passou rapidamente por Igarassu-PE, a cidade natal, esta semana. Na casa dos Ferreiras, o assunto em pauta, não poderia deixar de ser, só tinham o vermelho e preto e o tricolor. Todo o resto não importava.
Não foi no Fla nem no Santa Cruz que Iranildo conquistou o maior título da carreira. Ele estava no Botafogo, em 1995, quando sagrou-se campeão brasileiro. Um ano depois, aportou na Gávea para realizar um sonho. Por lá, permaneceu de 1996 a 2003, conquistando três estaduais e uma Copa Mercosul.
– Sou flamenguista. A passagem pelo Flamengo foi a que mais me marcou. Torço pelo Flamengo, nunca escondi de ninguém – disse o ex-jogador, que chegou a ensaiar um retorno ao futebol no início deste ano, ao aceitar o convite do Planaltina-GO.
No Santa Cruz, Iranildo teve uma passagem fugaz. Talvez seja o menor tempo registrado num lugar onde emprestou os seus serviços. Na época, foi considerado uma contratação ousada, que representou, durante muito tempo, o maior salário pago a um atleta, na história do clube. O camisa 10 chegou com status de estrela. Tudo para realizar o sonho do pai.
– Quando chegou o convite do Santa Cruz em 2004, pensei: É a hora de vestir a camisa tricolor e realizar o sonho do meu pai. Foi muito rápido, apenas quatro meses, mas me marcou muito. Ter jogado em dois clubes de imensa torcida, como o Flamengo e o Santa, é de uma responsabilidade enorme.
No Santa Cruz, Iranildo teve atuação de destaque, mas ficou com o vice-campeonato estadual. Na decisão contra o Náutico, marcou o gol da vitória por 1 a 0, nos Aflitos. O Santa tinha tudo para levar o título, mas perdeu no Arruda, por 3 a 0 – aquela foi a última conquista do Timbu até os dias atuais.
– Tenho total participação na contratação de Iranildo. Meu filho chegou a ter uma oferta do Sport, mas disse a eles que quatro ou cinco mil reais a mais não iam fazer a diferença. Queria meu filho no Santa para realizar um sonho e assim foi feito. Sempre tem aquela vaidade em ter seu filho jogando no time do coração, né? – contou o pai, Ivanildo.
E domingo?
Flamengo e Santa Cruz se enfrentam domingo, às 17h, no Pacaembu. E Iranildo não escondeu qual será sua torcida.
– Me desculpe a torcida tricolor, mas sou Flamengo. Quero que o Santa Cruz saia dessa situação, mas sou flamenguista, não tem como esconder. Depois de domingo, volto a torcer pelo Santa. Hoje, vejo o Flamengo com mais chances de ser campeão do que o Santa escapar da Série B, mas no futebol tudo pode acontecer. Existe luz do fim do túnel.
Já Ivanildo Ferreira também não escondeu a torcida. Cada um tem uma preferência e não será dessa vez que vai ser diferente.
– Iranildo que torça para lá e eu torço para cá. Sou Santa Cruz e vou torcer é para o meu time.
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