Rodolfo Landim esteve presente no pleito, na sede da entidade, e fez parte dos 20 clubes de Série A, com peso dois nos votos
Custou muito e até chegou a ter Tribunal de Justiça envolvido, mas a CBF tem, enfim, um novo presidente eleito. Trata-se do baiano Ednaldo Rodrigues, de 68 anos, que exercia a função de forma interina desde agosto de 2021. O mandatário estará à frente da principal entidade do futebol brasileiro pelos próximos quatro anos – com direito a disputar uma futura reeleição.
A votação presidencial ocorreu na manhã desta terça-feira (23), na sede da CBF, no Rio de Janeiro, com participação dos clubes das Séries A e B do futebol e de todas federações. Rodolfo Landim, presidente do Flamengo, esteve presente e foi, inclusive, o primeiro representante carioca a chegar ao local – seguido por mandatários do Fluminense, Vasco e, por fim, Botafogo.
Ednaldo Rodrigues, novo presidente da CBF, foi eleito após receber 137 votos dos 141 possíveis. Desse total, recebeu 40 entre os 20 clubes da Série A, que tinham peso dois, e 19 da Série B, com peso um. Além disso, o mandatário reuniu outros 78 votos favoráveis das 26 federações, peso três – exceto pela alagoana, que não compareceu ao pleito.
Inicialmente, a eleição havia sido suspensa pelo Tribunal de Justiça de Maceió, em processo movido por Gustavo Feijó – um dos vice-presidentes da entidade e oposição de Rodrigues. Contudo, a CBF alegou que outra decisão da Justiça do Rio de Janeiro mantinha o pleito, mesmo com a tentativa de impedimento horas antes da reunião. Por fim, a Comissão Eleitoral também se manifestou e disse que não foi notificada sobre a decisão da Justiça alagoana e, então, realizou o evento.
Eleito, Ednaldo contou um pouco sobre a ação: “Não foi um processo fácil, nove meses de injurias, infâmias. E hoje a democracia venceu. Passei o tempo todo me defendendo, sobretudo do preconceito. Todos sabem da minha vida, tenho caráter ilibado, assim como todos vocês”, e prosseguiu:
— Nesses últimos meses, eu sofri todo tipo de pressão, todo tipo de preconceito, tive meus telefones grampeados, meus e-mails violados, o e-mail do gabinete da presidência da CBF também violado. E preconceitos que ainda existem em todos os segmentos da sociedade por ser do Nordeste, por ser baiano, por ser do interior, de Vitória da Conquista e que me orgulho de ser filho. O preconceito por ser negro. Essa é a grande realidade, a grande resposta.
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