Mandante na prática, Flamengo deixa pontos escaparem em Cuiabá; análise

Poderia ser um empate como visitante para ser comemorado, mas na prática o Flamengo deixou de ganhar dois pontos em um duelo que foi mandante dentro e fora de campo.

A torcida rubro-negra encheu a Arena Pantanal, que deveria ser a casa do Santos nesta quarta-feira, pela 18ª rodada do Campeonato Brasileiro. O time comandado por Zé Ricardo correspondeu, tomou a iniciativa do jogo, mas não conseguiu sair de um amargo empate sem gols.

Amargo pelo volume de jogo, como definiu o próprio comandante do Flamengo no final da partida. Amargo pela falta de capricho nas finalizações (foram nove chances reais contra apenas duas do Santos). Amargo até por um lance polêmico já no fim da partida.

No intervalo de jogo, Fernandinho revelou qual era a proposta rubro-negra. O Mengão havia estudado o adversário e assim percebeu que o caminho seria atacar pela ponta direita, aproveitando a fragilidade de marcação do adversário por ali.

Fernandinho, aliás, não começou jogando. Zé Ricardo manteve a formação dos últimos jogos, apostando na velocidade de seu ataque. Alan Patrick centralizado, com Éverton pela esquerda e Marcelo Cirino pela direita.

Desde o primeiro minuto, literalmente, Cirino mostrou que levaria perigo ao gol santista. Na primeira oportunidade, acertou o lado de fora da rede de Vanderlei. A estratégia do Flamengo era clara: pressionar na marcação e sair ao ataque em velocidade.

A teoria foi colocada em prática aos sete minutos. Pará aproveitou o erro da defesa santista, deixou Caju na saudade pela ponta direita e cruzou na medida para Guerrero, que testou por cima do travessão (veja o lance).

A facilidade do Flamengo para atacar em velocidade contrastava com a dificuldade para criar jogadas quando a marcação do Santos estava bem postada. O único jeito foi arriscar de fora da área, quando Éverton fez Vanderlei trabalhar (veja o chute).

A equipe carioca dominava a partida, parecia estar perto de abrir o placar, mas sofreu uma baixa considerável aos 22 minutos. Cirino sentiu lesão muscular na coxa esquerda. Fernandinho entrou na vaga de ataque pela direita e não manteve a mesma intensidade.

Mesmo conseguir manter o ritmo, Fernandinho ainda teve a melhor chance do primeiro tempo. Aos 47, em bola levantada para a área do Santos, o atacante ficou com a sobra, mas o desvio de cabeça foi direto pela linha de fundo (veja a jogada).

O Flamengo perdeu o fôlego e não conseguiu se recuperar no intervalo. Dominante no primeiro tempo, a equipe carioca deixou o Peixe equilibrar as ações. Já não havia mais triangulações pelas laterais, muito menos velocidade para incomodar a marcação santista.

As principais chances da etapa complementar surgiram nos pés de Éverton, Se pela direita Fernandinho ia mal, o meia chamou a responsabilidade do outro lado. Quando teve espaço, deu trabalho a Vanderlei com boas finalizações (veja uma delas).

Em um segundo tempo bem abaixo do que poderia apresentar, o Mengão só foi acordar aos 43 minutos, quando Mancuello arriscou de fora da área e acertou o travessão de Vanderlei. O lance abria caminho para um final de jogo emocionante.

Mancuello, que entrou na segunda etapa, ainda teve mais uma chance clara de dar a vitória aos cariocas, mas chutou em cima de Vanderlei quando saiu na cara do goleiro.

O principal lance do jogo, porém, sairia apenas aos 47. Fernandinho disputou pelo alto na área do Santos, e a bola tocou na mão de Caju. Os flamenguistas reclamaram, mas o árbitro mandou seguir o jogo (o comentarista Paulo César de Oliveira disse que houve infração).

Irritado, o presidente Eduardo Bandeira de Mello classificou a arbitragem como vergonhosa. Pelo conjunto da obra, o Flamengo deixou dois pontos em Cuiabá.

Fonte: http://globoesporte.globo.com/futebol/times/flamengo/noticia/2016/08/mandante-na-pratica-flamengo-deixa-pontos-escaparem-em-cuiaba-analise.html

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