Confira a entrevista coletiva de Mano Menezes após empate de Palmeiras e Corinthians
O técnico Mano Menezes disse na entrevista coletiva que o Palmeiras merecia vencer o clássico contra o Corinthians, neste sábado, no Pacaembu, pelo Campeonato Brasileiro. Após o empate por 1 a 1 no Dérbi, o treinador afirmou que quer aguardar o fim da rodada para falar sobre a caça ao líder Flamengo e minimizou a polêmica que se envolveu com o centroavante Borja, utilizado no segundo tempo.
Questionado se a briga pelo título ficou mais difícil após o empate no clássico, Mano disse que prefere esperar o resultado da partida do Flamengo contra o Bahia, no Maracanã. Mas ressaltou que o Palmeiras, segundo ele, mereceu vencer o arquirrival.
– Não sabemos. O Flamengo pode perder amanhã, aí diminui um ponto. Vamos esperar. Os secadores do Flamengo não têm tido muita felicidade. É importante, lógico, fazermos a nossa parte. Levamos o sentimento de que merecemos construir a vitória, escapou por esses detalhes. Jogamos com mérito para construir a vitória. Isso é importante – afirmou Mano.
Para o treinador, o Palmeiras não venceu por detalhes:
– A gente não sai contente completamente, não conseguiu vencer, mas entende que a equipe se entregou, criou oportunidades, mas faltou aquele detalhezinho que às vezes falta no futebol. Talvez porque fosse sábado à noite, que não é dia de clássico. Se fosse domingo, provavelmente, teria vencido.
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Mano Menezes no clássico entre Palmeiras e Corinthians — Foto: Marcos Ribolli
Mano Menezes respondeu também as polêmicas que se envolveu com o atacante Borja. Na semana passada, em entrevista à ESPN Brasil, Mano Menezes disse que o colombiano "não tinha uma trajetória tão grande antes de chegar ao Palmeiras, em um clube de ponta da América Latina", e que ele "talvez não seja tão estrela".
As declarações renderam um comunicado do empresário do jogador, criticando o técnico. Borja também se manifestou a uma rádio colombiana, dizendo que "doeu na alma" ao ver o que o treinador disse sobre ele.
– A única que me interessa nessa conversa é a alma do Borja, que é muito boa e eu não quero de maneira nenhuma atingir. Fiz um comentário absolutamente normal, mas vocês sabem que fazem o que querem com o que a gente fala. Então, já levaram para lá e para cá. A resposta completa que está ali não pertence toda ao Borja. Eu estava falando de coisas gerais sobre aquilo que penso sobre às vezes as expectativas que se criam. Conversamos, óbvio que conversamos. E vou utilizá-lo porque faz parte do jogo e (ele) tem condição de entrar bem, como entrou. Poderia ter feito o gol da vitória, teve uma grande oportunidade. Enquanto estiver no grupo, vai ser utilizado como profissional do clube.
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Mano disse que o time precisa trabalhar a ansiedade para chegar às vitórias.
– A ansiedade pode vir com determinados jogos. Eu estava olhando Bayern x Borussia, e os primeiros minutos foram parecidos com os nossos, com muitos erros. Às vezes, tem a ver com o momento que passa, o resultado anterior que cria pressão maior ou às vezes o próprio jogo traz esse componente. Temos de saber conviver com ele. Vai estar presente sempre em jogos grandes, e temos de saber dosar essa vontade, disposição com o gesto técnico e decisões técnicas porque são extremamente importantes para construir melhor as jogadas.
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Atuação do Palmeiras
– A primeira parte do jogo recuperamos muitas bolas, marcamos bem no campo deles. Recuperamos, mas perdemos logo depois. Conduzimos demais, carregamos em demasia. Foi um dos assuntos abordados no intervalo. Escolhemos alguns caminhos errados. Tínhamos um caminho pela esquerda muito aberto, o Coelho fechou o Júnior Urso na hora de marcar, aí não tinha ninguém para pegar o Diogo Barbosa. Fizemos no segundo tempo, criamos jogadas mais agudas. Essas correções fizeram a equipe melhorar.
Se tivesse marcado o pênalti, poderia ter sido diferente?
– Eu não tenho bola de cristal, mas poderia, tal era a superioridade que tínhamos. Certamente não tomaríamos o contra-ataque tão aberto, que foi o lance que originou o escanteio, e o Michel acertou aquele chute. Mas o futebol é assim. Em um momento como aquele a penalidade máxima precisa ser convertida. Essa é a regra do jogo. Um clássico, valor importante. É fundamental para tentar construir mesmo a sua vitória. Mas às vezes o futebol é duro. Já vencemos quando o nosso goleiro pegou um pênalti. Vento que venta lá, venta cá.
Dificuldade para fixar um meia
– É uma posição que temos oscilações ainda. Eu sempre procuro montar uma equipe com uma ideia de dois atacantes mais atacantes, e um deles mais de beirada para se juntar ao homem de meio. O Zé Rafael entrou hoje, já fez bons jogos. O Willian entra, mas aí seriam três atacantes, você perde a capacidade de armar mais. Temos que ir ajustando isso, acho que melhorou na construção, mas precisa ser mais qualificada. Mas aí não vale só para o meio, mas sim para a equipe inteira. Vamos tentando dar maturidade para eles entenderem as escolhas. Quando vir buscar a bola no pé, quando atacar espaço.
Mano Menezes no clássico entre Palmeiras e Corinthians — Foto: Marcos Ribolli
Time nervoso?
– O futebol é um conjunto de coisas, você não separa todas as coisas, mesmo que você aborde o assunto com os jogadores de que para trás não se resolve nada. Você só pode resolver para frente. Hoje era clássico para frente. Penso que jogamos para vencer, mas futebol não é jogo de justiça. Hoje foi a nossa vez de pagar a conta.
Sobre Luiz Adriano
– Você sempre quer contar com todos. O aproveitamento do Luiz Adriano tem sido muito bom. Mas poderíamos ter feito (o gol) com o Deyverson em uma grande defesa do Walter, com o Borja que chutou por cima. Aí não estaríamos aqui falando disso. Não quero ser injusto com os jogadores que entraram. O Luiz Adriano sentiu um desconforto, existiu um risco de rompimento de fibra, que não aconteceu, mas se colocássemos em campo hoje correríamos um risco grande e perderíamos por mais tempo. Entendemos que não deveríamos correr esse risco.