Dói dizer, mas foi mais do mesmo. Até no quesito torcida, algo inimaginável poucos anos atrás. Os ingressos exorbitantes impediram os nossos de lotar, ainda que estivéssemos em plena em maioria. Numérica, não sonora. Como na final da última Copa do Brasil, foi dos cruzeirenses o barulho no Maracanã. Agora mais intenso, imponente, e humilhante.
Humilhados, fomos humilhados. Mais uma vez, dentre outras tantas, nos últimos muitos anos. Não foi a primeira e, aparentemente, não será a última, num futuro próximo. Desgraça que só desaparecerá quando assumirmos ao mundo – e não só a nós mesmos – que o Flamengo não está imune a vexames.
São inúmeras derrotas recentes acachapantes que nada ensinam. Seguimos perdendo, cometendo os mesmos erros, acreditando que todos são pontuais. “Hoje perdemos, faz parte, amanhã venceremos”. O amanhã chega e o Flamengo perde, repetindo o discurso e dando início a novos ciclos de impecável semelhança.
Eduardo Bandeira de Mello tira a essência do Flamengo, afasta o pobre do estádio. Faz o que quer com o futebol do clube, abusa de inexperientes e não cobra resultado, vergonha na cara, grandiosidade. Realiza excelente trabalho na base, tem grande desempenho administrativo, nos afastou da briga contra o rebaixamento e creditou ao Flamengo o posto de favorito a qualquer campeonato. Não só o de favorito, mas o de fracassado também.
É fato que fracassos em campo não são exclusividade da gestão Bandeira. Há tempos o Flamengo vem acumulando resultados vergonhosos, que, de inacreditáveis, se tornaram comuns; ao passo em que cada vez menos são considerados inadmissíveis. As derrotas voltam semestre após semestre, e nada é feito para que isso mude.
O Flamengo – como um todo, na sinergia que rege sua existência – opta por não buscar uma solução ideológica, atém-se às táticas e técnicas. Mudam-se os times, os treinadores, os dirigentes, os adversários. Apenas a derrota se mantém.
Por piedade divina, ainda há a chance de mudarmos de filosofia e nos classificarmos. Pois pela bola jogada, chances criadas, e apoio da torcida, o Cruzeiro poderia ter vencido por 4, 5 a 0. Outra vez em casa, mais uma humilhação pra coleção rubro-negra na última década.
VEXAMES DO FLAMENGO NOS ÚLTIMOS 11 ANOS
2008
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
POR QUE “LIBERTADORES” EM NEGRITO?
Para mostrar o quão somos fracassados, de 1982 pra cá, nesse torneio. Erros se repetem, nada muda. O time não apenas não aprende a vencer, como pior: parece se aperfeiçoar em perder. Derrotas frustram, tiram o sono, maltratam, mas cada vez doem menos, surpreendem menos. O Flamengo se acostumou a perder Libertadores e vive apenas achando que “uma hora vai”, sem mudar de postura.
É verdade que o time tem suas deficiências, hoje carece de lateral-direito e centroavante, opta sempre por deixar a melhor opção para a zaga no banco, jogou a do ano passado com Alex Muralha, Rafael Vaz e Trauco titulares. Mas não era para tanta humilhação.
O Flamengo nunca venceu um confronto de quartas de final da Libertadores (em 1981, eram duas fases de grupo e a final). É inadmissível que um clube do tamanho do Flamengo nunca tenha avançado à semifinal do maior campeonato do continente. Dentre os chamados “grandes” do futebol Brasileiro, apenas o Botafogo nunca venceu um confronto de quartas de final. Todos os outros, mais São Caetano e Atlético-PR, já passaram dessa fase com êxito.
Nas últimas 4 edições
Nacional-PAR, Tigres, Independiente del Valle e Lanús disputaram a final.
Defensor, Guarani-PAR, Bolívar, Barcelona-EQU chegaram à semifinal.
Barcelona e Bolívar à parte, são times não considerados grandes nem em seus próprios países. Todos com menos peso, tamanho, história, dinheiro e torcida que o Flamengo. E com menos time também.
Perder faz parte do jogo, é claro. Mas não dá pra engolir tanta humilhação. É inadmissível ver esses e o São Caetano chegando tão longe, enquanto o Flamengo não consegue passar das quartas de final. A gente é rubro-negro até a alma, a gente é doente, a gente é maluco, a gente vai acreditar até o fim e segue acreditando. Mas ou o Flamengo aprende com as derrotas e para de perder, ou ganha sem aprender nada, mas ganha. Basta.
Reprodução: Marcos Almeida | Nosso Flamengo | ESPN
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