Membro do júri denuncia tentativa de incriminar Gabigol a qualquer custo

Desde o dia 25 de março, Gabigol encontra-se afastado de suas atividades como jogador profissional de futebol devido a uma condenação por tentativa de fraude em exame antidoping, após o julgamento do Tribunal de Justiça Desportiva Antidopagem (TJD-AD). No entanto, é importante ressaltar que, dentre os nove membros do júri, quatro votaram pela absolvição do atleta, incluindo a vice-presidente Selma Fátima Melo Rocha, que destacou as ‘mentiras’ e a ‘tentativa de incriminar Gabigol a qualquer custo’ por parte dos responsáveis pela coleta.

No relatório apresentado por Selma Fátima, em sua justificativa para o voto de absolvição, a vice-presidente fez questão de contestar veementemente o comportamento dos fiscais, afirmando em um trecho que ‘o que foi feito pela ABCD (Associação Brasileira de Controle de Doping) não é suficiente para condenar o atleta’. Além disso, Selma argumentou que qualquer condenação deveria ser baseada em problemas extremamente graves, o que, segundo ela, não foi o caso.

Ao analisar o procedimento realizado pela ABCD, Selma também questionou a falta de profissionais suficientes para realizar os exames de forma adequada em todos os atletas. As contradições nos relatos dos fiscais também fortaleceram os argumentos de Selma Fátima a favor de Gabigol, como ela mesma explicou: ‘Ora afirmam que foram impedidos de escoltar o Atleta, ora negam este fato. Cada DCO imputa ao outro a responsabilidade de escoltar o Atleta ao quarto […] Fica evidente, portanto, que eles estão mentindo, devendo o depoimento deles ser totalmente descartado’.

Outra auditora, Fernanda Farina Mansur, também apontou contradições nos depoimentos dos fiscais, gerando ‘dificuldade de elucidação’ e ‘série de dúvidas’. Além disso, Fernanda chamou atenção para a presença de um oficial no formulário, mesmo ele negando ter participado da coleta.

Jean Batista Nicolau, outro auditor que votou pela absolvição, fez considerações sobre a conduta do atleta durante o procedimento, destacando que, embora não tenha sido ideal, não havia indícios de fraude ou vantagem. Ele também ressaltou as contradições nos depoimentos dos fiscais, afirmando: ‘As informações são desencontradas quanto à escolta do atleta, quanto ao procedimento de coleta da urina e lacre dos frascos com a amostra. Um oficial disse que por ‘muito tempo’ o atleta ficou sem a devida vigilância. Já outro disse se tratar de apenas alguns poucos minutos’.

Diante desse cenário, a defesa de Gabigol, com o respaldo do Flamengo, solicitou um efeito suspensivo junto à Corte Arbitral do Esporte (CAS) para permitir que o jogador possa atuar antes do julgamento final, que ainda não tem data marcada. A expectativa é de uma resposta até o início de maio.

Publicado em colunadofla.com

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