Nos últimos meses, a reportagem da ​ESPN recolheu relatos de membros de algumas torcidas organizadas do Rio de Janeiro que mostram que o futebol é apenas uma desculpa utilizada por alguns bandidos que têm o interesse único e exclusivo de brigar. 

Tem muito bandido ali, que não está nem aí para futebol. Seria bandido ali ou em qualquer outra situação, com qualquer outro grupo, só que ele se aproveita”, disse um ex-integrante de uma torcida do Vasco.

Cada torcida possui um núcleo, família ou setor regional, que geralmente funciona de maneira independente. Eles se deslocam em grupo de um bairro a outro e, muitas vezes, de uma cidade a outra. As chamadas emboscadas são uma constante na rotina das organizadas, assim como membros que andam com armas de fogo.

A gente passava por cima da linha do trem. A polícia segurava todo mundo no viaduto, para ninguém passar para o outro lado (da torcida adversária). Batiam muito na gente”, relatou outro torcedor.

Para o tenente-coronel Silvio Luiz, do Grupamento Especial de Policiamento em Estádios (Gepe), da Polícia Militar, a suspensão é uma das medidas que funciona para diminuir a violência no estádios.

A suspensão é bastante efetiva, quando incorre da proibição do membro da organizada de acompanhar as partidas no estádio. Apenas a retirada do material surte efeito em algumas torcidas menores, que começam a se envolver em conflitos. Já para outras, maiores, que se já têm histórico de se envolver em problemas, é mais difícil”, afirmou.