O Flamengo voltou ao lugar de onde jamais deveria ter saído: o topo da América. O fim de semana com títulos continental e nacional em menos de 24 horas coroou um processo longo, iniciado ainda em dezembro de 2012. Naquele mês, o clube internalizou uma mentalidade de profissionalização e responsabilidade ao eleger a chapa encabeçada por Eduardo Bandeira de Mello, que liderou o Rubro-Negro até o fim de 2018. Foi um caminho onde a Nação se acostumou a viver pensando na chegada – que finalmente se concretizou em 23 e 24 de novembro de 2019, já sob a regência de Rodolfo Landim. A odisseia rubro-negra – de maior endividado do país a campeão da Libertadores – colocou o Mais Querido nos holofotes até fora do país.
O New York Times, reconhecido como um dos jornais com maior reputação no mundo, publicou artigo sobre a potência do Flamengo. No último dia 22, Rory Smith, editor-chefe de futebol do veículo, dedicou sua coluna a questionar o abismo do futebol europeu para o sul-americano e colocou o Mais Querido como ponto central da sua análise. A questão é simples: qual a chance de existir um “super clube” fora do futebol europeu?
Smith recorda matéria de 2014 da revista Mundo Estranho. Na época, a publicação juntou institutos de pesquisa de todo o mundo para eleger o clube mais popular do planeta e – obviamente – o Flamengo ficou na primeira colocação. A popularidade do Rubro-Negro é o ponto de partida da análise: o jornalista inglês aponta que, apesar do “eurocentrismo” enraizado no mundo do futebol, a paixão na América do Sul é diferente e tão (ou mais) importante no dia-a-dia do que no Velho Continente.
No texto, Smith aponta que há fatos que têm “diminuído” a distância imposta pelo Oceano Atlântico. O jornalista mostra que além da final única da Libertadores, o Flamengo tem em seu sucesso também elementos do futebol europeu e escreve que “a rápida transformação de um time que passava por uma luta é em grande parte pela introdução de ideias táticas europeias e inovações no centro de treinamentos”. O nome por trás de tudo isso é o do português Jorge Jesus.
O jornalista afirma que a tendência dos clubes é de que, ainda que haja um caminho a ser trilhado, o futebol sul-americano tem trabalhado “se não para acabar com a diferença entre América do Sul e Europa, ao menos para impedir que esta distância aumente”. Ele cita outros times brasileiros e até a CONMEBOL e, no último parágrafo, diz que “a popularidade é um ótimo começo, assim como a adoção de práticas da elite do futebol europeu”.
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