Na noite da última quarta-feira (29), o clássico FlaxFlu ficou marcado pela falta de empatia de alguns tricolores que, a plenos pulmões, cantavam “time de assassinos” contra o Flamengo, fazendo referência à maior tragédia da história do Mais Querido.
No dia 8 de fevereiro de 2019, dez jovens atletas da base rubro-negra morreram num trágico incêndio que acometeu os alojamentos do Centro de Treinamento do Fla. Outros 16 garotos conseguiram escapar e sobreviveram.
Fato é: desde então, o Flamengo vive um imbróglio judicial com as famílias dos vitimados da tragédia e, até então, o clube só indenizou três famílias. Os valores das indenizações não foram divulgados por causa de uma cláusula de confidencialidade.
Por parte da torcida rubro-negra, é notório que existe certo desconforto em relação à indefinição do clube quanto às indenizações a serem pagas para as famílias. Enquanto isso, rivais acabam usando o triste fato como algo pejorativo, quando, na realidade, provocações desse tipo acabam extrapolando o quesito esportivo – no qual as rivalidades foram construídas historicamente.
Cantos e gritos de “time de assassinos” contra o Flamengo já ecoaram por diversos estádios e torcidas rivais. Mas, se tratando deste caso específico contra o Fluminense, a equipe rubro-negra que estava em campo era a Sub-20, ou seja, muitos dos jogadores eram amigos ou conhecidos dos jovens que morreram com essa tragédia. Ou simplesmente conseguiam se colocar no lugar dos que se foram por viverem a mesma realidade.
Na tarde desta quinta-feira (30), o Fluminense soltou uma nota oficial repudiando e dizendo que não se pode naturalizar a ofensa como uma forma de manifestação. Após a divulgação da nota, alguns tricolores continuaram afirmando que esta é, sim, uma forma de cobrar e pressionar o Flamengo à pagar as indenizações.
Pelo lado rubro-negro, a maioria dos torcedores acharam válida a iniciativa do rival em repudiar e clamar por justiça em casos semelhantes a este. No início de dezembro, a Justiça do Rio de Janeiro determinou que o Flamengo pagasse uma pensão mensal de R$ 10 mil às famílias das vítimas, e o clube garante que, desde então, tem cumprido a ordem judicial.
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