O armador Ricardo Fischer, de 25 anos, é o principal reforço do Flamengo para a temporada 2016/17. Após passar quatro anos no Bauru, um dos principais nomes da posição no Brasil está na fase final da recuperação de uma ruptura no ligamento cruzado anterior do joelho direito, sofrida na Liga das Américas.
Em entrevista exclusiva ao LANCE!, o atleta falou sobre seu ex-clube, o basquete brasileiro, Olimpíada do Rio e, claro, o Fla.
Pelo time do interior de São Paulo, Fischer foi campeão do Paulista em 2013 e 2014, da Liga Sul-Americana 2014 e da Liga das Américas em 2015. Os bauruenses ficaram com o vice-campeonato no Intercontinental, contra o Real Madrid.
Ricardo era um dos nomes mais cotados para fazer parte da lista final de Rubén Magnano nos Jogos Olímpicos. Apesar de não poder mais disputar a competição, devido à lesão, ele está ligado em seus compatriotas e analisou o caminho da Seleção Brasileira. O time terá vida dura durante o torneio, com Argentina, Espanha, Lituânia, Croácia e Nigéria no mesmo grupo.
– Acho que o maior desafio da Seleção na primeira fase é não classificar em quarto. São cinco equipes fortíssimas, com jogos duríssimos decididos nos detalhes, e temos que não classificar em quarto para não pegar os Estados Unidos. A equipe está bastante unida e confiante, e já tem uma experiência de Olimpíada. Eu acho que vai acabar tudo dando certo – disse o jogador, que ainda não sabe o que fará durante os Jogos, mas tem planos:
– Estarei na fase final da minha recuperação, mas gostaria muito de ir para o Rio, não só por causa do basquete, mas para vivenciar uma Olimpíada como expectador, assistir a outros esportes como o tênis, natação, atletismo e vôlei. Eu quero tentar respirar essa atmosfera.
Na última temporada, Rafael Luz entrou no lugar de Nicolás Laprovittola e se juntou a Gegê como armador do Fla. A forma de jogar do time de José Neto se alterou. Agora, com Fischer, a característica deve mudar mais uma vez.
– Acho que vai mudar um pouco porque meu estilo é mais agressivo à cesta, eu gosto de pontuar também. Além de organizar o time, dar assistências, eu sou mais agressivo à cesta que o Luz. Ele era mais organizador, fazia o time jogar. Por isso eu acho que vai mudar um pouco.
O basquete nacional passa por um momento de instabilidade financeira, assim como o todo o Brasil. Diante dos problemas que muitos clubes enfrentam para montar elencos e manter patrocinadores, até Flamengo (com Sky) e Bauru (com a Paschoalotto), finalistas da última edição do NBB, foram atingidos.
– O Flamengo e Bauru perderam patrocinadores master, mas temos de lembrar que estamos em crise no país, e isso faz com que alguns patrocinadores coloquem o pé um pouco atrás. É hora de colocar o cinto e se segurar. Acredito que lá na frente essas mesmas empresas voltem a se interessar pela modalidade, porque a cada dia que passa o brasileiro gosta mais de basquete. O basquete no Brasil está grandioso, crescendo cada vez mais, em termos de estrutura e também de retorno de imagem. Hoje a gente tem grandes empresas já fazendo parceria com a Liga Nacional de Basquete… A cada ano está melhorando.
Durante a coletiva em que foi apresentado ao lado de Humberto, ex-Pinheiros, na semana passada, Fischer não escondeu sua alegria por vestir a camisa rubro-negra. Reforçando sempre que o sonho era antigo, ele revelou qual é sua maior referência no clube carioca.
– Minha referência é o Marcelinho. Ele é o grande ídolo do clube, do Brasil, do basquete. É uma honra jogar ao lado dele. Ele representa muito bem o Flamengo. O que me motivou a ir para o clube foi a grandeza do Flamengo. O objetivo da equipe é sempre chegar nas finais, buscar títulos, vem conquistando praticamente tudo o que disputa. Então isso me motivou. Isso e a torcida. Já joguei muitas vezes contra e eu sei que não existe nada como a Nação. Esses foram os motivos do meu grande interesse em jogar no Flamengo.
BATE-BOLA
O que espera do Fla na próxima temporada?
– O maior desafio é chegar aos títulos de novo. Há quatro anos o Flamengo chega nas finais e ganha. Chego com esse propósito. Todos estão esperando, não pode ser menos que isso. O Flamengo é muito grande para pensar em outra coisa. É difícil chegar, mas é mais difícil se manter no topo. Esse é o desafio. Ainda bem que agora a torcida está a favor. Quando estão contra é muito ruim. Eles passam uma força muito positiva para quem está em quadra. Estou ansioso. Por mim, poderíamos começar a jogar mês que vem já. Quero esse contato. A expectativa é muito boa.
O que acha da ideia de viver no Rio? Como imagina que será sua vida na cidade?
– O que mais gosto do Rio é a leveza que a cidade tem. Bem natural. As pessoas cuidam bastante do corpo, com uma vida mais saudável. Diferente de São Paulo, onde as pessoas pensam muito em trabalho, o carioca gosta de curtir a cidade. Sai do trabalho e vai correr na orla, toma uma água de coco e um suco. Você vai do trabalho direto para a praia, de chinelos… eu acho que isso é uma das coisas que eu mais gosto do Rio de Janeiro.
O que leva da experiência em Bauru?
-Passar por Bauru foi inesquecível. Foram 4 anos de alegrias, tristezas, aprendizados, lesões, mas que me formaram como homem e como atleta. É uma cidade incrível que sempre respirou basquete. Lá fiz amigos que vou levar para o resto da vida, com certeza.
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