Completo um ano do incêndio no Ninho do Urubu, que vitimou dez adolescentes que atuavam nas categorias de base do Flamengo, O GLOBO procurou o clube para cobrar explicações sobre o caso. As questões foram enviadas à pasta de comunicação, que utilizou um pronunciamento no canal ‘FlaTV’, no Youtube, para abordar os temas.

Na ocasião, o presidente Rodolfo Landim, o vice jurídico Rodrigo Dunshee e o CEO do clube Reinaldo Belotti se manifestaram. O Flamengo informou que, com a proximidade do 8 de fevereiro — data do incêndio no Ninho do Urubu —, foi procurado por muitos veículos de imprensa com pedidos de entrevista de seus dirigentes, e optou por atender neste formato.

Confira como o Flamengo, via ‘FlaTV’, abordou os questionamentos enviados pelo GLOBO sobre o que o clube fez ao longo do ano para a tragédia não se repetir:

Que medidas técnicas foram tomadas nas instalações do Clube desde o episódio? Há mais vistorias nas estruturas do que antes? 

Reinaldo Belotti: Aqui no nosso centro de treinamento nós criamos uma diretoria responsável pelo CT, um responsável único, que responde a todas as questões administrativas: segurança, meio ambiente… No Flamengo como um todo nós demos ênfase a uma estrutura que abrange as questões relativas a saúde ocupacional, meio ambiente e segurança. Essa área é responsável por todas as atividades do Flamengo, seja na Gávea, no Ninho, em trajetos ou no Maracanã. Então, respondendo claramente à sua pergunta, melhorou, sim, e muito a gestão do Ninho do Urubu.

O Flamengo obteve alvará do Ninho após longa batalha judicial. Que outras documentações e liberações o clube ainda tenta na Justiça? Todas as questões de segurança estão atendidas? 
 
Rodrigo Dunshee: A gente tinha duas vertentes principais nessa questão: documentação e envolvendo a Vara da Infância e do Adolescente. Na questão de documentação, envolvia Corpo de Bombeiros e Prefeitura. Elas foram sanadas. O Flamengo tem o alvará e toda a documentação OK hoje em dia. Com relação à Vara da Infância e do Adolescente, fizemos com o MP um TAC (termo de ajustamento de conduta) prevendo medidas de segurança, educação, saúde e acompanhamento psicológico. Basicamente tudo o que o Flamengo já tinha, com algum aprimoramento sugerido pelo MP. Esse TAC tem acompanhamento anual, mas pode ser inferior. Isso será perene. Por trabalhar com menores de 18 anos, o Flamengo sempre terá um acompanhamento. Como tinha. Mas foi importante ter esse procedimento padrão para saber todo o necessário. O juiz homologou e está tudo certo. 

Reinaldo Belotti: Nós não conseguimos o alvará na Justiça. Conseguimos o alvará seguindo todos os procedimentos necessários para ter o alvará. Além do alvará, conseguimos o habite-se. Hoje, o Ninho tem o alvará e o habite-se dando pelos órgãos competentes seguindo tudo o que era necessário. Tivemos aqui muito mais do que MP e prefeitura fazendo verificações internas. Por exemplo, a Vigilância Sanitária esteve aqui, e nós passamos com louvor, sem nenhum tipo de observação. Então, como o Rodrigo disse, o TAC está sendo totalmente cumprido. Apesar de ter uma inspeção ou semestral ou anula, depende do que o MP quer, mensalmente a gente faz essa verificação interna de modo que a gente garanta que tudo esteja sendo cumprido.

Rodolfo Landim: Nesse aspecto, de segurança, a gente fez uma reestruturação dentro do clube focando na segurança, colocando profissionais para cuidar disso e, na verdade, a revisão foi feita nos procedimentos de trabalho. Em todas as pessoas que trabalham não só aqui, mas também na Gávea, onde nós conseguimos também novas licenças que o clube nunca tinha obtido para vigorar a partir de agora.