Por meio do Twitter, Wallim Vasconcellos publicou uma carta na qual explica os motivos de ter entregue o cargo de vice de finanças do Flamengo. Na última segunda-feira, o ex-economista do BNDES anunciou que passaria o posto. No texto, ele explicou que, de fato, tinha muitas divergências na forma que gostaria de gerir o clube em relação aos outros membros da gestão.
“A minha renúncia deveu-se, sobretudo, a divergências em relação ao estilo de gestão, aonde a maioria dos Vice-presidentes possui pouca participação nas discussões de assuntos relevantes e impactantes na vida do clube. Na verdade, nunca fomos um verdadeiro colegiado, desperdiçando, a meu ver, a oportunidade de um debate de alto nível com todos os participantes. Todos nós perdemos, o Flamengo como instituição, também perde. Mas entendo que o presidente do clube tem o direito de geri-lo da maneira como entender melhor, pois foi eleito legitimamente para isso”, justificou Wallim.
“[…] Temos uma oportunidade gigantesca de atingirmos um patamar nunca visto no futebol mundial por um clube brasileiro e por um longo tempo, mas, para isso, temos que selecionar bem quem vai nos ajudar a alcançá-lo. Clubes globais necessitam das melhores empresas para assessorá-los em seu crescimento e desenvolvimento. O sucesso no futebol não pode encobrir as deficiências que ainda temos na gestão. Portanto, por não ter conseguido sequer ser ouvido, apesar de ter tentado várias vezes, em inúmeras situações, cheguei à conclusão que meu ciclo no Flamengo terminou”, escreveu o economista, responsável pela reformulação do rubro-negro carioca.
Conforme informou o blog do jornalista Ancelmo Gois, quem assume o cargo é Rodrigo Tostes, que já ocupou a pasta, duranto o primeiro mandato da gestão Bandeira Mello.
Confira abaixo o conteúdo da carta:
“Deixo o clube com situação financeira equilibrada, taxa de juros mais baixas e dívidas com perfil de pagamento no médio e longo prazos, ajustadas para o fluxo de caixa projetado.
A minha renúncia deveu-se, sobretudo, a divergências em relação ao estilo de gestão, aonde a maioria dos Vice-presidentes possui pouca participação nas discussões de assuntos relevantes e impactantes na vida do clube. Na verdade, nunca fomos um verdadeiro colegiado, desperdiçando, a meu ver, a oportunidade de um debate de alto nível com todos os participantes. Todos nós perdemos, o Flamengo como instituição, também perde. Mas entendo que o presidente do clube tem o direito de geri-lo da maneira como entender melhor, pois foi eleito legitimamente para isso.
Além disso, tenho a certeza que podemos e temos que melhorar em algumas áreas, alvos de justas críticas por parte dos nossos torcedores e da imprensa. Sem investir em pessoas e contratar empresas muito qualificadas, nosso crescimento estará limitado. Temos uma oportunidade gigantesca de atingirmos um patamar nunca visto no futebol mundial por um clube brasileiro e por um longo tempo, mas, para isso, temos que selecionar bem quem vai nos ajudar a alcançá-lo. Clubes globais necessitam das melhores empresas para assessorá-los em seu crescimento e desenvolvimento.
O sucesso no futebol não pode encobrir as deficiências que ainda temos na gestão.
Portanto, por não ter conseguido sequer ser ouvido, apesar de ter tentado várias vezes, em inúmeras situações, cheguei à conclusão que meu ciclo no Flamengo terminou.
Nos três anos e meio que participei da gestão do Flamengo, ganhamos quase todos os títulos que sonhávamos no futebol, faltando apenas o mundial, no qual chegamos à final. Em 2019, também voltamos a ganhar todas as competições no remo depois de seis anos e anos destacarmos nas modalidades olímpicas. Em 2012, poucos acreditavam que conseguiríamos recuperar o Flamengo e tirá-lo da pior crise da sua história, resgatando sua reputação, credibilidade e sustentabilidade financeira.
Por isso, sinto-me recompensado e não me arrependo de nada do que fiz e passei. Valeu muito a pena!”
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