Opinião: A inveja que o Flamengo causa atuando como time grande no mercado da bola

O Flamengo tem como um de seus apelidos a alcunha de “O Mais Querido”. Tal termo se aplica ao clube de Gávea devido ao tamanho de sua torcida, considerada como o maior do Brasil. Todavia, se por um lado é amado por muitos, o Fla também é odiado e invejado por muitos mais. Assim é o futebol.

Nos últimos anos, sob a gestão de Eduardo Bandeira de Mello, o clube buscou se reestruturar financeiramente. Adotado métodos de administração profissionais, o ex-presidente rubro-negro alcançou seu objetivo. O Mengão se tornou um das instituições esportivas mais saudáveis financeiramente, conseguindo ampliar suas fontes de renda e equacionar dívidas. Não obstante, sob o seu comando, o futebol deixou a desejar.

Campeão da Copa do Brasil em 2013, Bandeira ainda levou mais 2 Campeonatos Cariocas e só. Mesmo após as chegadas de Diego e Everton Ribeiro, somados às revelações Vinícius Júnior e Lucas Paquetá, o time ficou atrás de rivais como Grêmio, Palmeiras e Cruzeiro. Após sua saída, a nova administração quer reverter esse quadro. Para tanto, atua de maneira agressiva no mercado da bola.

A contratação de Rodrigo Caio junto ao São Paulo é um bom exemplo, mas objetivo é que não seja o único. Do Cruzeiro, o Fla quer tirar o zagueiro Dedé e o meia Arrascaeta. Do Santos, o clube tenta o lateral Dodô e os atacantes Bruno Henrique e Gabigol (este tem contrato junto a Inter de Milão, mas defendeu o Peixe no último Campeonato Brasileiro). Com isso, muito tem se questionado se não estaria O Mais Querido inflacionando o mercado da bola.

De fato, as propostas elevadas de salário obrigam adversários a também aumentarem seus gastos com a remuneração dos atletas. Não obstante, qual clube em situação financeira vantajosa para contratar não faria o mesmo? Há pouco tempo, o Fluminense, em parceira com a Unimed, contratava jogadores e pagava salários considerados acima da média. O Palmeiras e o Cruzeiro também não conseguem manter jogadores de alto nível com salários compatíveis ao futebol apresentado? O Corinthians campeão Brasileiro em 2005 com Tevéz e Nilmar não montou sua equipe pagando pouco. Gostando ou não, isso é normal no futebol.

Pela grandeza do Flamengo, assusta sua movimentação. O receio de que tudo saia como planejado provocaria uma hegemonia rubro-negra no futebol nacional sem precedentes. Esse temor é aceitável, mas além disso já configura inveja. O futebol brasileiro não é para amadores e, agindo sempre de acordo com o adversário espera, não é possível alcançar seus objetivos. Infelizmente, as coisas são assim no mundo da bola.

Obs.: Obviamente, que há o outro lado. Aumentando os investimentos financeiros, o clube pode não ter os resultados esperados e, consequentemente, voltar a ter problemas de pagamento de salários, por exemplo. Foi assim nos anos 1990 e durante boa parte dos anos 2000. O resultado foi que, durante muito tempo, o Fla figurou longe das disputas pelos títulos. Esse é um risco grande e que precisa ser mensurado com o devido respeito.

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Crédito da Foto: Gilvan de Souza

Fonte: https://www.torcedores.com/noticias/2019/01/flamengo-mercado-da-bola-inveja