Gabigol: devemos chamá-lo assim. Os punhos cerrados. Bíceps contraídos. Pose do Superman. Cara de debochado. Este ano, a comemoração mais marrenta do futebol brasileiro se repetiu várias vezes. E que bom que o autor dos gols e da pose esteja por aqui.
O nosso futebol que exporta, que não mantém os jovens, que não desfruta dos seus talentos é muitas vezes o mesmo que parece desdenhar deles quando vestem as camisas dos times brasileiros. Gabigol é o alvo da vez. Por causa do apelido? Chamemos por enquanto de Gabriel Barbosa Almeida.
Polêmica pausada. Só registrando que ele é um jovem de 22 anos que já tem 107 gols na carreira, foi artilheiro do Brasileirão e da Copa do Brasil. Brilhou no Santos, onde nasceu, e está repetindo no Flamengo. O atual camisa 9 dos rubro-negros é daqueles jogadores que combinam técnica, força, irreverência e um jeito irritadiço.
Vamos, então, por partes.
Por que andam pegando no pé dele? Eu não tenho essa resposta, mas tenho argumentos de sobra pra mostrar que Gabi, ops, Gabriel Barbosa Almeida é o melhor jogador do Flamengo em 2019 e um dos melhores do país.
Ele é marrento? É. Ele é um atleta? Também. Aqui não vai uma equiparação, e sim, apenas uma referência. Gabriel Barbosa Almeida parece beber na fonte do Cristiano Ronaldo, em quem se espelha, inclusive. A cada ano parece dar mais importância à parte física. Sabe que o futebol moderno exige também que os atacantes sejam fortes como “cavalos” de raça.
Vejam as fotos da transformação do eterno menino da Vila. Era magrinho. Hoje, está bem mais forte.
Gabigol, ainda no Santos, comemora aniversário de 17 anos — Foto: Ivan Storti / Divulgação Santos FC
Gabigol, ainda no Santos, comemora gol sobre o São Paulo em 2014 — Foto: Ricardo Saibun / Divulgação Santos FC
Flamengo x Fluminense Maracanã semifinal Carioca Gabriel — Foto: Alexandre Loureiro/BP Filmes
Em campo, com Abel foi mais centroavante fixo. Com Jorge Jesus tem sido mais atacante. Com mais movimentação. Com ambos se doou demais à equipe também. Exagerou com faltas. Nas reclamações. Nos cartões. Foi muito mal na expulsão contra o Peñarol, no Maracanã. Mas contra o Emelec marcou os dois gols.
Na balança, a contratação tem dado MUITO certo, a ponto de a torcida brincar com uma possível “vaquinha” para juntar dinheiro para comprá-lo definitivamente. Caiu nas graças da maior torcida do Brasil. Dos marmanjos e das crianças. O que vai acontecer até o fim do ano ninguém sabe. Mas, até aqui, ele tem correspondido e merece mais elogios do que críticas.
No Santos, foram 210 partidas e 84 gols. No Flamengo, 33 partidas e 22 gols. Bicampeão paulista. Campeão carioca. Medalha de ouro na Rio 2016. Já esteve na seleção principal. Fracassou na aventura europeia. Mas lembrem, ele tem só 22 anos. Na certidão de nascimento está escrito Gabriel Barbosa Almeida.
No futebol, ele passou a ser conhecido como Gabigol. E, na minha opinião, respeitando quem pensa diferente, ele merece, SIM, o apelido.
*A opinião acima é pessoal e não reflete a opinião do GloboEsporte.com