A experiência de quatro anos e seis meses à frente do Flamengo agradou tanto a Eduardo Bandeira de Melo que ele não quer deixar de ser gestor. Só que, agora, pretende alçar voos maiores. O dirigente já se reuniu com partidos políticos para sondar — e ser sondado sobre — a possibilidade de sair candidato, em 2018, ao Governo do Estado do Rio.
O EXTRA apurou que Bandeira esteve com Marina Silva, da Rede; e com o deputado federal Otávio Leite, do PSDB. De acordo com o site da revista “Veja”, também houve conversas com o PSB.
Uma fonte ligada à Rede revelou que a aproximação partiu do próprio Bandeira. O dirigente acredita que a forma como conduz as finanças do Flamengo pode ser levada para a esfera pública. Na conversa com Marina, ele apresentou como enxerga a relação do esporte com o poder público e entre os setores privado e público.
O partido também ficou empolgado. Além do sucesso como gestor do Flamengo, Bandeira não vem da política, o que parece ser uma tendência para 2018 diante da grande rejeição do eleitorado aos nomes tradicionais.
No Flamengo, o interesse de Bandeira pela carreira política já virou assunto. Ao longo da semana, o dirigente não desmentiu as histórias em nenhum momento.
— É um direito de cada um buscar seus anseios e sonhos — disse o vice de Bandeira, Maurício Gomes de Mattos.
Todos as conversas foram classificadas como preliminares. Tanto Bandeira quanto os partidos ainda estudam a viabilidade de sua candidatura. Mas pessoas próximas ao dirigente admitem que ele está inclinado a aceitar o desafio. Vale lembrar que sua gestão tem se tornado cada vez mais personalista, a ponto de ele acumular a vice-presidência do futebol desde a prisão de Flávio Godinho, em janeiro, numa das fases da operação Lava-Jato — o que só aumenta sua visibilidade na mídia.
Futebol: um velho trampolim
O futebol é um trampolim tradicional para a política. Um dos casos mais bem-sucedidos é o de Mauricio Macri. O presidente argentino é empresário e engenheiro civil. Mas ganhou notoriedade ao assumir a presidência do Boca Juniors. Após passar pelo clube, ele foi eleito deputado, prefeito de Bueno Aires e, por fim, chegou ao topo do executivo nacional.
O Brasil também acumula casos semelhantes. Alexandre Kalil, ex-presidente do Atlético-MG, é prefeito de Belo Horizonte. Minas Gerais também elegeu Zezé Perrella, ex-mandatário do Cruzeiro, a senador. O próprio Rio já levou nomes como Eurico Miranda e Roberto Dinamite para a política.
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