Uma importante revelação sobre o incêndio do Ninho do Urubu, que vitimou dez atletas das categorias de base do Flamengo há um ano, veio a tona na ‘CPI dos Incêndios’, realizada nesta sexta-feira na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. A porta utilizada no contêiner foi considerada inadequada pela perícia e contribuiu para que os adolescentes não conseguissem fugir do local.
A revelação foi feita pelo perito Vitor Satiro, que classificou as portas utilizadas como inadequadas. O GLOBO apurou que a porta em questão era lateral de correr, que empena rapidamente em alta temperatura e acaba não abrindo.
A porta considerada ideal pelos especialistas para ambientes de alojamento é a de emergência, usada em cinemas, onde basta pressionar a barra para abrir.
— Os alojamentos eram apenas para uso como escritório ou para uso com pessoas acordadas — disse Mariju Maciel, advogada da família de Pablo, em contato com a reportagem.
Esta informação será vital para apontar as responsabilidades. A reportagem apurou que as instalações dos contêineres não seguiam as normas adequadas e pode acarretar na responsabilização da fabricante das estruturas.
Segundo fontes, serão denunciados pelo Ministério Público do Rio todos os envolvidos que tenham, de alguma forma, contribuído para que a tragédia acontecesse, o que pode alcançar do vigia da unidade até alguém do alto escalão do Flamengo.
Até março, o Ministério Público do Rio irá denunciar os responsáveis pela tragédia do Ninho do Urubu.
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