O ex-presidente do Flamengo entre 2013 e 2018, Eduardo Bandeira de Mello, promoveu uma reunião na manhã desta terça-feira (13) em Copacabana, Zona Sul do Rio de Janeiro. O deputado federal se encontrou com o prefeito carioca Eduardo Paes e outros sócios do clube para discutir a construção do estádio próprio do Mais Querido. Durante o encontro, o político municipal solicitou auxílio ao ex-dirigente rubro-negro.
Bandeira de Mello enfatizou que a reunião não tinha caráter eleitoral, mas sim o intuito de debater questões relevantes para o Flamengo. Estiveram presentes no encontro figuras como o ex-ministro da aviação civil e ex-vice-presidente do BNDES Wagner Bittencourt, bem como políticos ligados ao clube, como Delair Dumbrosck, Walter Oaquim e Wellington Silva. O candidato à presidência do Flamengo, Maurício Gomes de Mattos, também participou da conversa.
Durante a reunião, Eduardo Paes ressaltou a importância e responsabilidade da prefeitura do Rio na construção do estádio, demonstrando preocupação com os impactos urbanísticos na região. No entanto, o prefeito destacou que não irá se envolver na política do clube, que terá eleições no final do ano.
‘Nada será feito às pressas. Me recuso a fazer de forma assoberbada. Quem já esperou 130 anos espera mais um pouquinho […] Eu tenho dito isso, gente, eu não me meto na política do Vasco e da Portela, muito menos a do Flamengo, que eu não sou maluco […] A minha ideia é, para ajudar na construção do estádio do Flamengo, dar o potencial construtivo da Gávea para o Flamengo. E isso pode significar uma entrada de alguns milhões para o Flamengo. Aí sim, vai ser uma atuação mais direta da prefeitura, usando o patrimônio do município — disse o prefeito.’
‘E é uma discussão que a gente está só começando. Vai ter Câmara de Vereadores, enfim, são discussões que a gente vai ter que caminhar ao longo do tempo. Eu vou ter que entender que modelagem econômica é essa que o Flamengo está pretendendo desenvolver. Estou lidando com dinheiro público. Não posso chegar e aliviar uma grana para o Flamengo, como não aliviei para o Vasco. Então, sobre as exigências, eu tenho muita atenção com isso.’
‘Um estádio do Flamengo, que pode ser algo naquela região, com muita qualidade, com muita dignidade, com muita reflexão urbanística e com projeto bem elaborado pode significar um avanço enorme. Eu já estou concebendo e, em breve, pretendo apresentar esse projeto. Uma coisa ligando o outro lado da linha do trem no metrô ali, a Cidade Nova, a área onde está ali a Prefeitura, com a Leopoldina, fazendo os acessos em direção ao Estádio do Flamengo a partir dos modais de transporte de alta capacidade, né? Então, começando a desenvolver o modelo de mobilidade de automóvel para evitar que se use a Francisco Bicalho.’
‘Tanto que no próprio edital do leilão a gente colocou isso. Vai ter que muita reflexão urbana para licenciar esse projeto. Se acham que vão chegar ali e meter o “urubuzão”. Sei lá como é o nome que vocês vão dar. Não vão meter ali o ninho do Urubu, um negócio preto e vermelho, um caixote horroroso. E eu vou ser muito contra – disse Paes em tom descontraído.’
‘Ele não pode ser um estádio de fachada fechada. Ele tem que ser o que a gente chama de fachada aberta. Não dá pra ser um negócio que fica o resto do tempo totalmente fechado pra rua, um paredão degradando a vida urbana. Tem que ter vida, tem que ter conexão com a rua, tem que ter loja, tem que ter alguma coisa, restaurante, bar pra gente criar vida e economia. Tem uma série de desafios urbanísticos.’
‘Eu acho que está bem encaminhado, mas temos ainda muita coisa pela frente. Não é um tiro de cem metros, é uma maratona. Mas, se Deus quiser, em breve o Flamengo vai poder ter a sua casa.’
Publicado em colunadofla.com
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