O presidente do Peñarol, Ignacio Ruglio, criticou a forma como torcedores estrangeiros são tratados no Brasil durante competições organizadas pela Conmebol. Em uma entrevista ao programa ‘Minuto 1’, o dirigente uruguaio expressou que os clubes do Paraguai, Uruguai e Argentina buscam se unir para exigir da entidade ‘melhores condições de segurança’ em partidas contra times brasileiros.
— O que ocorre é que eles (os brasileiros) te matam, fazem o que querem com você, liberam áreas para você, e assim acontecem essas situações, fazem um gesto e já se torna um drama. De fato, um gesto mínimo, que não deveria ser realizado, mas um pequeno gesto feito no Brasil se transforma em um drama. Contudo, eles liberam áreas para você, te espancam, te mantêm preso por quatro meses, as pessoas são detidas lá e nada acontece —, declarou Ruglio.
O mandatário do Peñarol destacou que clubes estrangeiros enfrentam desafios ao competir no Brasil e defendeu a implementação de medidas mais rigorosas para assegurar a segurança das delegações visitantes. Nesse contexto, o presidente também minimizou casos de racismo, considerando-os exageradamente problematizados.
— E, depois, se um torcedor está presente e realiza um gesto racial, o que é inaceitável, se torna um drama total. Portanto, eles podem fazer qualquer coisa com você no Brasil, é uma zona liberada. Em breve, começaremos a reclamar em massa na Conmebol —, acrescentou o presidente do Peñarol.
Dessa forma, em meio a essa discussão, o presidente do Flamengo, Luiz Eduardo Baptista, conhecido como Bap, apoiou o discurso do presidente da Conmebol, Alejandro Domínguez, acerca do racismo no futebol. Durante uma entrevista ao SporTV, o mandatário rubro-negro considerou a declaração como ‘adequada’ e ‘ponderada’.
— Achei o discurso adequado e ponderado. É sempre importante ressaltar que, embora o racismo seja algo abominável e que no Brasil é crime, nos outros 10 países da Conmebol isso não ocorre. Contudo, compreendo o desafio da Conmebol ao lidar com 10 governos que não compartilham da visão que o brasileiro possui. Ele articulou isso de forma muito clara, ressaltando que se trata de um aspecto cultural. Para nós no Brasil é crime, mas para eles não —, afirmou Bap.
Publicado em colunadofla.com
Share this content: