Na temporada em questão, o Mais Querido teve números expressivos no que diz respeito à parte física dos atletas. Durante o Campeonato Brasileiro da Série A, a equipe foi a que menos sofreu com lesões. Essa marca é fruto de muito trabalho por parte dos profissionais e consultores de todos os departamentos que fazem da comissão técnica rubro-negra um componente fundamental para o sucesso do clube da Gávea no ano de 2017.
“Ficamos muito felizes com o resultado que tivemos, principalmente na prevenção de lesões nesse novo formato de metodologia de treinamento funcional e avaliação de movimento. Foi uma surpresa agradável no final do ano sabermos que fomos o time que teve menos lesão no Campeonato Brasileiro, apesar de termos sido a equipe que mais fez viagens longas”, exaltou o doutor Márcio Tannure, projetando em seguida o objetivo para 2017. “Temos uma responsabilidade maior de tentar manter esses números, mesmo sabendo que existem vários fatores externos que não dependem só de nós”, disse.
O médico completou sua fala inicial comentando acerca do que norteia a metodologia de trabalho no clube. “O grande conceito desse sucesso é a transdisciplinaridade, onde todas as áreas se falam diariamente. Todos os dias temos essa interação entre as áreas de preparação física, psicologia, fisiologia, nutrição, parte médica, fisioterapeutas, porque acredito que no trabalho transdisciplinar todos têm a mesma importância. Nenhum trabalho é mais importante que o outro, pois o que importa aqui é o Flamengo”, encerrou.
Na sequência, foi a vez do preparador físico Daniel Gonçalves ter a palavra. O profissional comanda diariamente as atividades da equipe, tanto no Centro de Excelência em Performance do Flamengo (CEP FLA) quanto nos campos do Ninho do Urubu. Durante a entrevista, Daniel também frisou o alicerce principal do trabalho da comissão técnica.
“Sabemos que o futebol tem uma exigência física, técnica, tática, mental e emocional, por isso esse conceito da transdisciplinaridade está sendo aplicado desde o ano passado, com a criação do CEP. Nos treinamentos, desde a terceira sessão, já incluímos o trabalho com bola”, comentou o preparador. “O CEP tem, juntamente com a direção e os gestores, investido bastante em ciência e em aparatos tecnológicos que permitem com que, mesmo trabalhando com bola, tenhamos o controle e o desenvolvimento dos aspectos físicos. Assim, conseguimos desenvolver de maneira integral e sistêmica os nossos atletas”, completou.
Por fim, o coordenador de psicologia Fernando Gonçalves teceu seus comentários iniciais. Mais uma vez, a transdisciplinaridade teve sua importância ressaltada. “Nessa linha, cremos que o atleta, individualmente e como equipe, possuem três grandes competências que avaliamos, treinamos e controlando. São elas as técnico-táticas, as físico-fisiológicas, e as mentais e emocionais. Elas estão completamente misturadas, é impossível dissociá-las. Nas práticas, todas as áreas acabam se atravessando. Temos um desafio muito grande, que é consolidar essa cultura”, disse o psicólogo.
Na sequência, uma observação importante sobre foi levantada pelo coordenador do departamento de psicologia. “No ano passado tivemos avanços incríveis, pontuo aqui que fomos a equipe que menos lesões teve no campeonato, mas também pontuo aqui um dado subjetivo muito rico. Brincamos aqui que no passado o Flamengo ficou em ‘turnê’. Pegando grandes companhias de teatro, bandas e etc, as pessoas contratam mediadores para que não hajam conflitos em atividades como essas. No ano passado, o Flamengo teve muitas viagens e tivemos um ambiente muito positivo de construção e aprendisagem sem nenhum conflito, nenhum problema”, encerrou.
Diversos outros tópicos foram abordados pelos profissionais da comissão técnica. No link abaixo, você pode assistir na íntegra o conteúdo debatido por todos:
Fonte: http://www.flamengo.com.br/site/noticia/detalhe/24743/profissionais-do-cep-fla-concedem-entrevista-coletiva-apos-treino-no-ct