Ainda que haja protestos organizados por parte das grandes potências europeias, ainda que a reação dos torcedores de times brasileiros tenha sido negativa, não há o que fazer: o Mundial de Clubes passou oficialmente por sua quarta transformação de grandes proporções, em pouco menos de 60 anos de história desde a criação do torneio. Esta, sacramentada na última sexta (15), muda completamente a posição dos clubes sul-americanos na competição.
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Substituindo a já extinta Copa das Confederações – competição entre seleções que era considerada um fracasso esportivo pela Fifa -, o novo Mundial de Clubes acontecerá somente de quatro em quatro anos, a partir de 2021. As últimas edições respeitando o antigo modelo, portanto, serão em 2019 e 2020. Muitos torcedores, em tom de brincadeira, têm cravado esses dois próximos anos como a ‘última chance’ para brasileiros que nunca conquistaram o torneio. Acontece que a galhofa tem um grande fundo de verdade.
Com 24 equipes competindo, sendo oito delas europeias, as chances de clubes sul-americanos erguerem o troféu do Mundial se torna ainda mais irrisória em comparação ao formato anterior, quando o caminho para o campeão da Libertadores e para o campeão da Champions era facilitado até a grande final. Por ser a final mais ‘lucrativa’, quase todo ano tínhamos a garantia de Europa versus. América do Sul, salvo quando alguns azarões como o Mazembe (2010), Kashima Antlers (2016) e o Al Ain (2018) aprontaram.
Se os europeus já detinham a primazia dos títulos mundiais em comparação com os sul-americanos, isso quando a competição pressupunha o ‘um contra um’ em jogo único – o que aumentava as chances da segunda força vencer, se estivesse em um dia bom -, como será o torneio com oito potências do Velho Continente? Além disso, clubes brasileiros ainda terão a competição de outras equipes da América do Sul, com a possibilidade de encontros imprevisíveis entre Brasil x Argentina (que não garante favoritismo para nenhum dos lados).
No fim das contas, a máxima do ‘quem ganhou, ganhou’ faz todo o sentido. E o brasileiro que conseguir romper a lógica europeia do novo Mundial de Clubes, super mercadológico e ainda mais desequilibrado tecnicamente, entrará para a história.
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