Neste final de semana, todos nós nos sentimos órfãos e angustiados, abrindo a geladeira na busca por uma partida do Flamengo, Vasco, Corinthians ou Palmeiras para assistir.
Ligamos a televisão com a expectativa de um empate sem graça, 0 x 0. Navegamos pelas redes sociais em busca do tempo e da dopamina que só o futebol pode proporcionar.
O escritor Oscar Wilde disse uma vez que o chato é aquele que, além de não nos fazer companhia, ainda nos rouba a solidão.
Nesse sentido, a Fifa, além de ser uma péssima companhia, causa danos a jogadores como Pedro e Arrascaeta e, geralmente, atrapalha mais do que ajuda aqueles que realmente importam no futebol: os clubes.
O fato é que todos nos sentimos desorientados nesses tempos. É como acordar numa segunda-feira em São Paulo e não ter obrigações profissionais. Ou como estar nas arquibancadas e não cantar.
O poeta paraguaio, com sua sensibilidade aguçada, diria que um domingo sem futebol no Brasil é como Tarzan sem sua Chita – que somos todos nós.
Para nossa sorte, as chamadas Datas Pífias não são o único erro daqueles que gerenciam o futebol. Um calendário insano está por vir, com Super Mundial, Super Brasileirão, Super Libertadores, Super Sula e Super Copa do Brasil. Eles controlam o calendário sem usar as mãos. As partidas se sobreporão umas às outras e nossa diversão, embora por caminhos tortuosos e arriscados, está garantida.
Este final de semana, pessoal, foi o último intervalo de uma temporada intensa que se iniciará de fato agora! Como consolo, teremos um Brasil x Argentina nesta terça-feira, como uma preliminar para o que realmente importa. Que ninguém mais se machuque (mas, claro, se alguém tiver que se machucar, que sejam os argentinos).
Publicado em colunadofla.com
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