A justiça prevaleceu em Salvador. O talento triunfou sobre o Vitória quando Arrascaeta traduziu em campo a reflexão de que ‘…’, uma frase imortalizada por outro artista do Alto Renascimento, Leonardo Da Vinci.
Jogadores lendários, como os três mencionados, não atuam na mesma época que nós, meros mortais. Gols dessa magnitude transcendem um vasto universo de sensações e história. Eles não pertencem ao passado e jamais deixarão de ser o que são no futuro. Ele não se inspirou em ninguém; ele foi Arrascaeta e isso é tudo.
Chega um momento em que já não importa se Leônidas da Silva foi o criador do gol de bicicleta ou não. Quando Giorgian marcou contra o Ceará em 2019, AQUELE gol não reeditou Leônidas; ele simplesmente realizou algo que ecoa por toda a eternidade rubro-negra, assim como as obras do Diamante Negro sempre estarão presentes na aura do Manto Sagrado.
É difícil para nós, do ano de 2025, mensurarmos, mas creio que Leônidas e Arrascaeta sejam talentos raros, de uma mesma estante. Sendo um pouco, apenas um pouco, menos poético, são figuras que escalaram toda a pirâmide rubro-negra e que sempre brilharão enquanto as letras C, R e F se entrelaçarem em um monograma icônico.
Para eles, os gênios, o tempo é um espaço onde se pode viajar, viver e jogar. Para nós, jornalistas, é um todo a ser fragmentado, analisado e comparado.
Deixemos o uruguaio simplesmente ser. Não sufocamos o artista. Não duvidemos do craque, nem façamos comparações. O que nos resta é aplaudir. E isso é suficiente. Como é suficiente!
Publicado em colunadofla.com
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