"Estão deixando a gente sonhar". Essa foi a frase mais ouvida nas bancas de jornal, padarias e estabelecimentos comerciais no Rio de Janeiro nesta sexta-feira. A empolgação do torcedor do Flamengo após a classificação em cima do Internacional resume o sentimento de retornar às semifinais da Libertadores após 35 anos: euforia, vibração e o pensamento no bicampeonato. Pelas ruas, as cores predominantes eram vermelho e preto.
Mesmo com a semifinal no caminho, o professor de Física André Machado, de 27 anos, já pensa além e está organizando a sua viagem para o Chile. Torcedor desde pequenininho, assistiu ao gol do Pet em 2001, na final do Campeonato Carioca, mas não era nem nascido a última vez que o time disputou uma semifinal de Libertadores. Talvez isso explique a sua confiança.
— Já me inscrevi para comprar o ingresso para a final em Santiago. Estou acompanhando os vôos e vendo se eu consigo algumas folgas no trabalho — conta André que saiu mais cedo da aula em Niterói e assistiu o jogo com os amigos em um bar, em Copacabana.
— A gritaria foi tanta que até os vizinhos reclamaram — lembra o rubro-negro, que não consegue esconder a sua felicidade.
Já os “meninos da Biquinha”, grupo de amigos que moram no Estácio, que soltaram fogos pela janela quando Gabigol pôs fim à tensão no Beira Rio. Foi o suficiente para Pedro Paulo, de 19 anos cravar: “não tem para ninguém”.
— Que venham eles. Agora é campeão, não tem erro. Ninguém segura mais. Deixa chegar e já era! — conta o morador do morro de São Carlos.
O que Gabigol não sabe é que, além de classificar o Flamengo, também salvou o casamento de Osmar Nascimento. Após problemas pessoais, o rubro-negro viu na vitória uma chance de recomeçar o relacionamento.
— Foi um momento de euforia, eu esqueci meus problemas. Espero ver o Mengão brilhando esse ano novamente. Vai ser histórico — comenta Osmar, que trabalha como maitre no Restaurante Málaga, no Centro da Cidade.
Para a estudante de História, Daphine Silva, de 18 anos, sonhar com o título é animador.
— Fiquei em êxtase, porque nunca vi o Flamengo numa final da Libertadores. Fizemos um churrasco entre os parentes, todo mundo comemorando. E depois do jogo eu ainda tive que estudar para a faculdade — conta a jovem, que mora em Caxias, e foi contra o pai que é botafoguense para assumir sua paixão pelo Fla.
O apoio vem dos tios que torcem para o rubro-negro e levaram-na pela primeira vez ao Maracanã no ano passado.
Filha de um botafoguense com uma vascaína, a flamenguista Dandara Guimarães, conta que foi escolhida pelo rubro-negro. Assistiu a partida no aniversário da melhor amiga, em um bar de Volta Redonda, no sul fluminense. O parabéns só foi cantado após a vitória do Mengão. Mais um motivo para comemorar.
— Essa participação do Flamengo na Libertadores tem sido muito importante para mim enquanto torcedora jovem, porque estou vivendo a emoção do que foi o primeiro e único título do time no campeonato — desabafa a torcedora.
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