River Plate pega Flamengo atrás do 11º título em 14 finais desde a chegada de Gallardo

De todos os possíveis adversários para o Flamengo neste sábado, o River Plate é uma das maiores pedreiras recentes nos gramados sul-americanos. Em sua terceira final na competição desde 2015, o time argentino busca o seu 11º título em 14 decisões a partir de 2014, início da “era Marcelo Gallardo”.

— Esse é um grupo que sempre quer mais. Tem fome, humildade, trabalho, compromisso e não relaxa nunca. Não se quer perder nada aqui. Brigamos por tudo e acreditamos ter o material para fazê-lo. Às vezes dá, outras não. Mas jogamos todas as partidas da mesma maneira — explica o meio-campista Exequiel Palacios, um dos principais jogadores da equipe argentina e homem de confiança do técnico Marcelo Gallardo, em entrevista ao jornal argentino “La Nación”.

Aos 21 anos, Palacios disputará sua segunda final de Libertadores, após ser campeão em cima do arquirrival Boca Juniors na última edição do torneio, decidida em Madri.

— Foi uma copa difícil, como a última (2018). Tivemos que decidir as vagas sempre como visitantes, contra adversários duros. Nesses momentos se vê refletido o caráter que tem essa equipe. Estamos felizes de poder jogar a final e queremos seguir fazendo história — diz Palacios.

O jovem revelado pelo clube tem no currículo “apenas” os títulos da Libertadores da América do ano passado e da Recopa Sul-Americana de 2019, produtos recentes do trabalho do atual treinador. Marcelo Gallardo ainda conquistou três títulos de Recopa, a Libertadores de 2015, duas Copas da Argentina e a Copa Sul-Americana de 2014, entre outras honrarias.

‘Um garoto transformado em homem’

A formação de Palacios como profissional e sua rápida consolidação no time titular do River — que o levou à seleção argentina — tem uma grande influência do trabalho de Gallardo. O treinador chegou a mencionar que transformou Exequiel “de um garoto para um homem”.

— Fiz o “clique” que ele me pedia para deixar de jogar como um menino. Jogava muito descoberto, perdia muitas bolas e Marcelo me dizia que eu tinha que atuar como um cara mais maduro. Me segurei mais e fiz essas pequenas mudanças: ajudar na hora de defender e acompanhar mais o ataque. Agora fico mais solto e tenho a chegada na área. Troquei o chip para ajudar a equipe — explica Palacios, avaliado como o jogador mais valioso da decisão, segundo o site Transfermarkt.

Nascido para ser treinador

Marcelo Gallardo tem 43 anos, mas a confiança e o currículo de um técnico veterano. Na primeira resposta na coletiva antes da final contra o Flamengo, revelou, sem rodeios, a escalação do River Plate. Para que mistério, se o talento à beira do gramado é um livro aberto?

Pelo andar da carruagem, terá mais tempo de vida como treinador do que como o meia habilidoso que foi. Quando se aposentou dos gramados, pelo Nacional, do Uruguai, aos 35 anos, levou sua visão de jogo para fora do campo e o resultado foi imediato: um ano depois, conquistou o primeiro título, o de campeão uruguaio.

Sete anos depois, ele está na terceira final de Libertadores como técnico, título que conquistou uma vez nos tempos de atleta. Está também muito à frente em termos de prestígio numa comparação com outros técnicos argentinos que atuam no país sul-americanos. Unanimidade que nunca teve quando jogava. Apesar de talentoso e com duas participações em Copas do Mundo, disputava posição em uma geração de meias igualmente grandes — Ortega, Riquelme e Aimar foram os principais concorrentes.

Em outro aspecto ninguém é páreo para Marcelo Gallardo. Quando somados o currículo como jogador e treinador, entende-se porque já é considerado o maior ídolo da história do River Plate. Já é tão grande que o Monumental de Nuñez corre o risco de ficar pequeno para ele. Vez ou outra, é especulado na seleção argentina ou no Barcelona.

Fonte: https://extra.globo.com/esporte/flamengo/river-plate-pega-flamengo-atras-do-11-titulo-em-14-finais-desde-chegada-de-gallardo-24096361.html

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